A China é a queridinha do mundo. Todos os países comerciantes desse planeta são impactados pelo seu espantoso crescimento econômico. Mas, há 25 anos um grupo de estudantes ousou desafiar os donos do poder chinês e lembrar dramaticamente ao mundo da real natureza do dragão vermelho.
Os famosos “Tiananmen Paper’s” publicados pela Foreign Affairs nos mostram como a liderança comunista estava dividida sobre como reagir ao movimento estudantil que ocupou a Praça da Paz Celestial. E como a situação terminou no massacre de 4 junho de 1989.
Naqueles trágicos dias de junho os estudantes que ocuparam a Praça não eram um grupo que desejava depor o regime comunista, eles lá estavam pra celebrar a morte de um ex-líder do partido comunista que era um reformista, havia alguma provocação as elites do regime, mas não eram dissidentes. Contudo, o que se seguiu foi a escalada do movimento que defendia o avanço das reformas em curso, mais liberdades democráticas e uma lei de imprensa que permitisse que jornais privados circulassem.
A ocupação da Praça ocorreu numa época próxima visita de Gorbachev – ainda como líder soviético – que marcaria a melhoria de relacionamento entre URSS e a China, um grande feito diplomático e por conta dessa reunião havia um grande número de jornalistas internacionais, em Pequim, e como não poderia ser diferente as atenções deles se voltaram para os estudantes. Havia grande pressão para desocupar a Praça antes da chegada do líder soviético.
O Regime chinês acredita piamente no monopólio do poder como mecanismo de governabilidade e teme profundamente qualquer movimento que busque por independência política. Contudo, aprenderam já há muito que o totalitarismo que visava construir o Novo Homem é inalcançável e permitem várias esferas de liberdade, mas como vimos em 1989, naquele 4 de junho, não se furtarão em usar violência, para manter o monopólio político.
Durante a ocupação da Praça os estudantes e intelectuais levantaram um estátua, provocativamente, em frente a imagem do Camarada Mao, era a Deusa da Democracia. A estátua tinha duas influências bem claras, a Estátua da Liberdade e a Kolkhoznitsa a famosa estátua soviética da trabalhadora com a foice na mão.
A Deusa caiu diante dos tanques chineses enviados para desocupar a Praça e esmagar o movimento que àquela altura já havia se espalhado por várias cidades chinesas. Os artistas que criaram a estátua prometeram que no dia que a democracia reinar na China ela lá voltará para reinar celestial e em paz. 25 anos depois continua caída e quebrada.
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