Pular para o conteúdo principal

Minha participação no Católica Mercosul

PalestraCatolicaMercosur Dia 15 passado, tive a honra de participar da mesa “Latino-America y su Inserción en el Sistema Internacional Contemporáneo.” No Auditório do bloco K da Universidade Católica de Brasília. Estiveram na mesa comigo o professor Fábio (meu contemporâneo nos bancos universitários), Dra Cristina Inoue, coordenadora da Graduação do iRel – UnB, Dr. Rogério Lustosa professor da UCB e o jornalista do Valor Econômico, Sergio Leo.

O debate foi profícuo e muito informativo a Dra. Inoue nos ensinou de maneira muito didática os efeitos das mudanças climáticas e suas implicações nos sistema internacional. Sérgio Leo nos lembrou das dificuldades econômicas do jornalismo, em tempos de internet e como a dependência das agências internacionais acaba por dificultar uma cobertura a luz dos interesses das correntes de opiniões nacionais. E nos lembrou dos múltiplos acordos bilaterais que o Brasil mantém por toda América do Sul. Dr. Lustosa trouxe uma fala com grande loquacidade e uma culta elegância de quem se dedica a leitura e uma visão que apesar de diversa da minha (ou por isso mesmo) foi muito proveitosa.

A minha participação teve seu eixo central na dualidade tática que enxergo no assunto integração regional, com um grupo mais ricardiano e outro mais protecionista. Aliança do Pacífico e MERCOSUL, respectivamente, lembrando que o primeiro grupo representa 36% do PIB da América Latina e não pode ser desconsiderado por ser pequeno, como é tendência, em muitas análises.

Infelizmente, esqueci o nome da aluna que me perguntou sobre os arranjos de redução de assimetrias do Mercosul. Os dados que fiquei de repassar sobre a evolução dos indicadores sociais do Peru são: “Entre 2001 e 2011 reduziu [O Peru] a pobreza em 16,6% e a pobreza extrema em 18.1% e o índice de Gini era de 0,452”.

Aos organizadores, liderados por minha colega de longa data, a professora Camila Cunha deixo aqui meus parabéns pela organização e gentileza no trato comigo e demais palestrantes e pelo mimo que nos foi dado. Espero que a brincadeira que fiz sobre os sobreviventes ao final da palestra não tenha soado como crítica, dado o adiantado da hora o número de participantes que ficou no auditório, uns 70%, demonstra um grau de comprometimento excelente.

O evento Católica Mercosur foi um sucesso e inovador ao permitir apresentação de trabalhos por teleconferência e por ofertar aos participantes a hospedagem solidária. E espero ser novamente convidado para as palestras e eventos do RiUCB. Parabéns a todos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crise no Equador

Sob forte protesto das forças policiais e parte dos militares, que impedem o funcionamento do aeroporto internacional de Quito. Presidente Correa cogita usar dispositivo constitucional que prevê dissolução do Congresso e eleições gerais. Mais uma grave crise política na América do Sul. Numa dessas coincidências típicas de se analisar as coisas internacionais discutia semana passada numa excelente postagem de Luís Felipe Kitamura no laureado blog Página Internacional a situação equatoriana. A postagem tinha como título Equador: a instabilidade política e suas lições . Na qual o colega discorria sobre o péssimo histórico de conturbação política do país andino e sobre como o governo Correa parecia romper com isso usando a receita da esquerda latina de certo pragmatismo econômico e políticas distributivas. Mas, justamente a instabilidade política que parecia a caminho da extinção volta com toda força em um episódio potencialmente perigoso, que contundo ainda é cedo para tecer uma análise

Meus leitores fiéis, pacientes e por vezes benevolentes e caridosos

Detesto falar da minha vida pessoal, ainda mais na exposição quase obscena que é a internet, mas creio que vocês merecem uma explicação sobre a falta de manutenção e atualização desse site, morar no interior tem vantagens e desvantagens, e nesse período as desvantagens têm prevalecido, seja na dificuldade na prestação de serviços básicos para esse mundo atual que é uma boa infra-estrutura de internet (que por sinal é frágil em todo o país) e serviço de suporte ao cliente (que também é estupidamente oferecido pelas empresas brasileiras), dificuldades do sub-desenvolvimento diria o menos politicamente correto entre nós. São nessas horas que vemos, sentimos e vivenciamos toda a fragilidade de uma sociedade na qual a inovação e a educação não são valores difundidos. Já não bastasse dificuldades crônicas de acesso à internet, ainda fritei um ‘pen drive’ antes de poder fazer o back up e perdi muitos textos, que já havia preparado para esse blog, incluso os textos que enviaria para o portal M

Extremismo ou ainda sobre a Noruega. Uma reflexão exploratória

O lugar comum seria começar esse texto conceituando extremismo como doutrina política que preconiza ações radicais e revolucionárias como meio de mudança política, em especial com o uso da violência. Mas, a essa altura até o mais alheio leitor sabe bem o que é o extremismo em todas as suas encarnações seja na direita tresloucada e racista como os neonazistas, seja na esquerda radical dos guerrilheiros da FARC e revolucionários comunistas, seja a de caráter religioso dos grupos mulçumanos, dos cristãos, em geral milenaristas, que assassinam médicos abortistas. Em resumo, todos esses que odeiam a liberdade individual e a democracia. Todos esses radicais extremistas tem algo em comum. Todos eles estão absolutamente convencidos que suas culturas, sociedades estão sob cerco do outro, um cerco insidioso e conspiratório e que a única maneira de se resgatarem dessa conspiração contra eles é buscar a pureza (racial, religiosa, ideológica e por ai vai) e agir com firmeza contra o inimigo. Ness