O texto a seguir é quase uma profissão de fé para os que olham com curiosidade acadêmica ou profissional para o Sistema Internacional, digo quase por que o autor, o embaixador português Francisco Seixas da Costa não tencionava fazer uma ‘jura de amor’ ao estudo e trabalho com as relações internacionais e diretamente não o fez. Mas, a paixão com que fala mostra que os tempos continuam interessantes é a chama que nos faz olhar as coisas internacionais e tentar buscar sistematiza-las e decifra-las.
Alguns dizem, mais amor, por favor, eu digo mais amor e mais coisas interessantes, por favor.
A Europa e os seus tempos
Por Francisco Seixas da Costa
Ao final da tarde de ontem, dei-me conta de que haviam passado precisamente 18 anos desde que estivera a falar naquele mesmo auditório da faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa. À época, a conversa foi com o Francisco Sarsfield Cabral (que é feito de si, Francisco?). Agora, fui palestrante único, tendo o professor João Salgueiro para o diálogo final.
Algumas outras diferenças marcaram as ocasiões. Em ambas, a Europa foi o tema, mas a Europa de que falei já muito pouco tem a ver com a Europa desses tempos. O que agora disse foi centrado nas questões económico-financeiras, ao passo que, na outra vez, recordo que quase só se falou de instituições. Dei-me conta que tinha mais perguntas do que respostas para elas, mas é de boa regra os "governantes" terem sempre mais certezas. Desta vez, quer a palestra quer o debate que se lhe seguiu foram em inglês, porque é essa a língua de trabalho do curso de Economia, frequentado por gente que vai do Médio Oriente a uma muito variada Europa. Os tempos mudaram bastante. Mas continuam muito interessantes.
Comentários