A Batalha de Camlann teria sido a batalha que custou a vida do Rei Arthur. Gosto das lendas arturianas e seus arquétipos de humanidade e santidade, mas a batalha final me fascina por que mostra como em situações de extrema tensão a mínima falha na comunicação, o mínimo movimento mal-calculado pode levar ao desastre e é o caso do soldado que assustado por uma serpente desembainha sua espada para matá-la e seu gesto é entendido como o início das hostilidades e isso desencadeia a batalha que deixaria o Rei mortalmente ferido.
Movimentos de massa, com impasses prolongados, causam efeitos nas pessoas que estão na linha de frente, forças de segurança são obrigadas a fazer turnos longos, cansativos e sob muita pressão da mídia e de seus chefes. Manifestantes, em geral, estão frustrados por que as coisas não acontecem na velocidade que querem e sentem-se cercados e ameaçados pelas armas das forças de segurança. Nesse cenário não faltam cavaleiros com espadas desembainhadas (ou por que são provocadores pagos, ou por que acreditam no confronto como meio de obter vitórias políticas) tentando precipitar a batalha.
A violência já chegou aos impasses políticos que mais chamam atenção no mundo, no momento, Ucrânia e Venezuela como nos mostram as imagens e com detalhes um tanto cruéis como mostra essa reportagem d’O Globo:
“Génesis Carmona, Miss Turismo de Carabobo de 2013, era mais uma estudante que protestava na cidade de Valencia, na Venezuela, quando foi baleada na cabeça na noite de terça-feira. Levada para o hospital por manifestantes, a estudante, de 23 anos, está em estado crítico na UTI da clínica Guerra Méndez, onde os médicos disseram que a bala não pode ser removida do crânio por ser de alto calibre. Doadores de sangue foram convocados pelas redes sociais.”
Em sua busca por intimidar os opositores as ‘almas totalitárias’ ainda acabam com uma batalha de Calmann nas mãos. E aí o que será de seus regimes e países?
PS: A Jovem baleada acaba de falecer.
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