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Criatividade: Elemento ausente no ensino das Relações Internacionais?

“Criatividade é a inteligência se divertindo” Albert Einstein

Quantas vezes durante a graduação em Relações Internacionais somos desafiados a ser criativos? E, mais quantas vezes oferecemos soluções inovadoras? É claro, que compreendo que uma ciência deve apresentar resultados pautados nas evidências e logicamente ancoradas em premissas coerentes, mas ainda assim, todos os grandes pensadores de todas as escolas teóricas das relações internacionais foram inovadores, se destacaram da manada de seus colegas e propuseram algo diferente, ou seja, enxergaram os mesmos problemas, mas apresentaram soluções inovadoras.

Nessa semana o Instituto Mundial para as Relações Internacionais (do qual orgulhosamente sou diretor) em parceria com a Secretaria do Audiovisual do MinC realizou o seminário “criatividade: idéias + convergência = criação coletiva” (link pra fanpage lidamente administrada pela equipe da Reimagine), evento que marcou o encerramento do brilhante projeto Coletivos Criativos foi voltado pra os membros desses coletivos que são artistas criativos e capazes – muitos deles em breve serão referência de arte e produção audiovisual nesse país – mas,  muitas das lições dadas pelos palestrantes ressoaram forte em meus ouvidos e podem ser transladadas para a análise das relações internacionais.  

939552_519014171493313_101689087_oNa foto o publicitário Bruno Pinaud, o criador do canal porta dos fundos e publicitário Antonio Tabet (Kibe Loco), Mara Ramalho e Raquel Carioca (da Reimagine)  e esse blogueiro. 

A vida profissional nos exige uma boa dose de flexibilidade e criatividade na busca do caminho pra exercer uma profissão que tem sua principal força na formação generalista que em tese nos prepara para as súbitas mudanças de rumo que a vida e nossas cambiantes vontades impõem.

A principal lição que pude depreender do que expuseram os produtores executivos, criadores, publicitários, pesquisadores, game developers e artistas transmídia (e feras do humor como o autor do Dilma Bolada e o Kibe Loco) é que pensamento livre e criativo não é oposto a seriedade e ao trabalho duro e criterioso. Comecei a perceber que a criatividade deve ser incentivada nas graduações de relações internacionais.

E se você lendo a esse texto acha que estou equivocado e que para analisar as relações internacionais é necessário apenas conhecimento dos fatos e das teorias. Diga-me como foi o processo de escolha do tema, do problema e da hipótese de seu TCC ou monografia? Não teria sido mais fácil se fossemos acostumados e incentivados a pensar com criatividade?

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