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Era uma terça-feira comum

Era pra ser uma terça-feira como outras daquele semestre, era dia de aula da Tânia, o que significava ser pontual – necessariamente – e não permitia aquelas tradicionais voltas pela universidade que marcam a graduação.

No entanto, não havia nada de ordinário naquela manhã de setembro, logo uma comoção tomou conta dos corredores da UCB.

“- Começou a Terceira Guerra Mundial”. Dizia um rapaz quase eufórico a seu amigo, caminhando apressadamente.

Corri pra casa, bom o máximo que se pode correr no comando de um gol 1.0, e zapeava frenético entre CNN e Globo News.

Não conseguia acreditar naquilo. E quem conseguia? Afinal, era a primeira vez desde o teatro do pacífico na II Grande Guerra que se usavam aviões como mísseis.

Meu Deus! Quem usaria aviões comerciais daquela forma?

“- FAA ground all the flights...”

- ... president was taken to an undisclosed location...”

- ... unconfirmed reports of a crashed plane in Pennsylvania...”

Pensava com a minha mente de bacharel em RI, em formação. “Quem organizou isso?”e “Como será a reação?”.

“- Virgem Santa! Aquela pessoa se jogou do prédio!”

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Não era, de fato, uma terça-feira comum. Aquela manhã significou o fim do fim da história. Seus efeitos estão a ser sentido ainda e as imagens ainda provocam arrepios e muita tristeza.

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