“A esperança não é nem realidade nem quimera. É como os caminhos da terra: na terra não havia caminhos; foram feitos pelo grande número de passantes.”
Lu Hsun. In “O país natal”.
O tema empregabilidade domina os e-mails que recebo de leitores e os fóruns dedicados a relações internacionais. Não por acaso deve haver pelo menos 30 textos dedicados ao tema nesse site. E sempre tento passar minha experiência e as dos meus amigos que acompanho de perto. O tema sempre volta, por que sejamos francos nos sustentar é algo importante e vital se me permitirem essa tautologia.
Pois bem, no próximo dia 19 de novembro ocorrerá uma grande festa que encerrará os festejos de 15 anos de existência do Curso de graduação em Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília. E como parte dos preparativos para essa data temos empreendido um esforço para “rastrear” todos os egressos de nosso curso. Nesse esforço temos criado uma rede de contatos e o que os dados empíricos me mostram é um testemunho do esforço individual dos meus colegas, com a excelência do ensino e da extensão da UCB, isso por que um número considerável dos egressos está hoje empregado na área e não só isso eles têm carreiras estruturadas e muito potencial para chegar longe.
Como não poderia deixar de ser vários, talvez a maioria esteja hoje trabalhando em órgãos públicos aprovados em concursos públicos e todos de um modo ou de outro usando os conhecimentos de RI em suas carreiras. É interessante mostrar a variedade de possibilidades que a nossa formação nos garante, ou seja, tenho colegas espalhados pelo mundo trabalhando para o Itamaraty. Outros ajudando o Brasil a vender seus produtos e atrair investimentos na APEX, na ABDI. Outros no MDIC, outros assessorando ministérios como Agricultura e Saúde, outros labutando no combate a fome e a miséria no MDS. Outros fazendo as coisas andarem nos bancos públicos. E estamos lá também no judiciário e no legislativo. E temos gente nos Correios. Isso por que tudo hoje tem uma esfera ou intersecção internacional. Temos pessoas de RI também no MEC e viajando um bocado para buscar compartilhar nossas experiências e trazer outras dos grandes organismos multilaterais.
Muitos trabalham para OI’s com destaque para os programas das Nações Unidas, OEA e Banco Mundial. Como eu digo brincando a esses meus colegas, na verdade a maior parte mulheres (elas já dominaram o mundo e na boa acho isso lindo), que eles vivem o sonho internacionalista ao trabalharem nessas OI’s.
Temos nossos bravos representantes no setor privado divididos em dois grupos os executivos de grandes multinacionais – de toda sorte de setores, claro que muitos no campo do comércio exterior – que com muito esforço vencem o desconhecimento do curso e constroem a reputação que todos nos beneficiaremos cedo ou tarde (espero que mais cedo). E os empreendedores que colocam – como eu – seu know how a venda como consultores em vários setores desde projetos culturais a planejamento estratégico e gestão de projetos internacionais. Por sinal a miríade de campos para atuar na consultoria fará esse meu exercício de citar os principais campos fútil e incompleto, mas acaba sendo necessário para ilustrar.
O terceiro setor, também se faz representar nesse apanhado geral que fazemos dos egressos da UCB. É muito interessante ver colegas atuando profissionalmente em projetos culturais e de assistência, além dos projetos humanitários em todo Brasil e mundo afora. Não tem jeito eu sempre me sinto menor que essas pessoas que abrem mão de tanto em nome da humanidade. Claro, que o terceiro setor também abrange meus colegas que são analistas em entidades associativas como a CNA e a CNI.
Tenho particular orgulho (eu sei, sou católico, o orgulho não é sentimento nobre, muito pelo contrário) dos meus colegas que tomaram para si a construção do conhecimento e o avanço do estado da arte de nosso campo e se dedicam a pesquisa e docência em Relações Internacionais.
Claro, que alguns colegas mudaram completamente de campo e outros se frustraram com RI e todos têm motivos sérios para isso que devem ser contemplados e analisados. E alguns ainda não conseguiram encontrar a chance de atuar na área e o porquê disso deve ser bem avaliado.
Uma lição que você meu leitor pode tranquilamente tirar desse texto é que a combinação de formação acadêmica e humana séria aliada a preocupação de mundo real e MUITO esforço pessoal é uma boa receita para se conquistar algo no campo de Relações Internacionais.
Espero iniciar em breve uma série de entrevistas e postagens especiais com pessoas que vivem o cotidiano das relações internacionais. Creio que será interessante para trocarmos experiências e dar ao neófito que aqui chega sequioso de informações exemplos práticos do que é a vida de um profissional de nosso campo.
Comentários
Obrigada pelas palavras, eu tambem sinto falta do espaço e tambem de ler outros blogs (incluindo o seu, que sempre me lembra que eu iniciei o curso de RI com algum objetivo - embora meio romantico)!
Mas o fato é que tá muito corrido (trabalho, faculdade, tcc...) e nao to dando conta de ligar o computador :S
Especificamente sobre esse post, queria saber sobre seus colegas que trabalham nas OI`s. OI`s no Brasil? Existem posiçoes interessantes de OI`s no Brasil?
Abraços e nao vamos perder contato!
Abraços!
Que bom que saiu da toca um pouco. rs..
Então, há oportunidades boas aqui e fora tenho publicado as chamadas em meu twitter e na fanpage do blog.