As forças rebeldes com apoio logístico, suporte aéreo e estratégico da OTAN lançaram uma campanha para capturar a capital líbia. O avanço que parecia improvável algumas semanas atrás tem se mostrado eficiente. Claramente as forças rebeldes tem sido capaz de cumprir objetivos estratégicos, isto é, capturaram bases aéreas e outras importantes infra-estruturas e conseguiram capturar até a simbólica Praça Verde.
O moral das tropas do Conselho Nacional de Transição – CNT (as forças rebeldes) está elevado e há uma verdadeira euforia na capital rebelde na cidade de Benghazi, contudo altos oficiais do CNT como seu presidente Mustafa Abdel-Jalil tem tratado de alertar que tanto a batalha como a guerra ainda não acabaram.
A cidade de Trípoli ainda possui setores sobre controle do regime de Kadahfi e as forças do governo podem ser reforçadas por elementos vindos da cidade de Zlitan, de onde foram expulsos por forças rebeldes, como relembra uma análise do STRATFOR enviada por e-mail para os assinantes do feed do site. De fato mais cedo foi relatado que mísseis teriam sido abatidos pelas forças da OTAN e teria sido lançado de Sirte, cidade natal do ditador.
Aqui cabe uma grande ressalva a esse leitor é muito difícil encontrar boas informações no calor da batalha e sob o efeito das brumas da guerra (jeito poético de falar na guerra de desinformação e operações psicológicas levadas a cabo por todos os lados no conflito), temos relatos corajosos dos correspondentes de guerra (com grande perigo e sacrifício pessoal é bom salientar), mas ainda assim é muito difícil entender o que acontece e muita coisa é plantada.
Um exemplo de “brumas da guerra” é a situação do Saif Al-Islam, filho de Kadahfi, que foi declarado prisioneiro dos rebeldes e hoje reapareceu e deu entrevistas.
Por esse motivo adoto a cautela antes de declarar que a Batalha tem um vencedor claro, ainda restam muitas dúvidas, como onde está a brigada Kahmis, força de elite do exército líbio e comanda por um dos filhos de Kadahfi, Kahmis Kadahfi.
O que se tem certeza nesse momento é que rebeldes controlam grande parte da cidade, mas não dominam o chamado setor Bab al-Aziziya onde se concentram complexos do governo, complexo residencial de Kadahfi e hotel Rixos (local onde estão os correspondentes estrangeiros). Sabemos também que os rebeldes cercam a cidade de Sirte.
O momentum do combate parece estar nas mãos dos rebeldes, mas há o risco de um contra-ataque das forças leais a Kadahfi. E há limites para o apoio aéreo num contexto de combate urbano e é provável que as forças rebeldes tenham que tomar e pacificar rua por rua, em Trípoli.
Muito ainda será dito e analisado desde obviedade sobre o risco de desintegração da aliança rebelde (muito Star Wars escrever isso) e uma luta generalizada pelo poder e sobre as conseqüências da ação no cenário internacional, inclusive nos mercados de energia, mas no momento prefiro continuar observando e tentando entender a situação no solo. Como tem sido dito o dia inteiro a situação é fluida.
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