O presidente dos EUA chegou ao Brasil hoje acompanho de sua esposa a carismática Michele Obama e suas filhas. Como era de se esperar a viagem mobilizou as atenções da imprensa que cobre e oferece opiniões sobre basicamente qualquer palavra e gesto do casal Obama.
Até o momento devo admitir que ainda não tive tempo (e em pleno sábado é difícil encontrar a vontade) para ler os acordos que foram celebrados que dão dimensão do escopo prático e imediato da visita. Assim, acabarei por tratar de aspectos mais gerais, impressões como o título já adverte.
Primeiro é interessante notar que a presidente Dilma se portou muito bem, isto é, se mostrou a vontade com o protocolo e teve sucesso na vontade de suavizar sua imagem usando as artes plásticas para isso. Foi um gesto muito simpático convidar o presidente e a primeira-dama para conhecer obras de arte de pintoras brasileiras. Seu discurso foi incisivo, mas elegante, como convém num momento em que se recepciona o representante máximo de uma nação amiga e aliada. Ainda assim, ela reafirmou as posições brasileiras.
Sem alimentar muito a máquina de construir mitos políticos é importante notar que de fato as mulheres que se destacam na vida política e empresarial encontram um desafio extra que é a questão da escolha de seu guarda-roupa, por vários motivos, inclusive os comentários por vezes maldosos de outras mulheres. Nesse sentido a presidente escolheu muito bem o vestido. Contudo, é preciso salientar que não possuo nem formação nem hábito de comentar roupas então posso estar grosseiramente errado do ponto de vista de pessoas mais “antenadas” a moda ou “fashionistas”.
O pronunciamento de Obama no Palácio do Planalto foi de toda forma vago sem abordar de maneira enfática ou definitiva a questão dos anseios brasileiros numa eventual reforma da ONU e de seu Conselho de Segurança. E nesse ponto eu não esperava nada diferente do que foi dito. Foi interessante, contudo notar que Obama fez questão de salientar o destaque econômico, financeiro e comercial do Brasil. Em parte reconhecendo o crescimento dos últimos 16 anos e por outro sutilmente dando a entender que esse é o campo em que os EUA vêem o Brasil como global player e interlocutor necessário em qualquer tipo de ação.
Do ponto de vista comercial ficou claro a dificuldade que Obama se encontra em seu país ao sempre, sempre ressaltar a criação de empregos que advêm das relações comerciais. Isso para justificar a importância da visita o que se tornou ainda mais importante ao se levar em conta os eventos que se desenvolvem na Líbia. Não só isso a ênfase na criação de empregos nos EUA mostra que a crise econômica é o maior desafio. O tom sugere o óbvio que a campanha para a eleição de 2012 já começou.
Por agora essas são as minhas primeiras impressões. Sintam-se livres e encorajados para compartilhar os seus pontos de vista e suas impressões.
Comentários