Pular para o conteúdo principal

Adeus a José Alencar

Hoje dia 29 de março de 2011, no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, faleceu aos 79 anos, o ex-vice-presidente da República José Alencar Gomes da Silva. Não é preciso dizer muito sobre sua biografia, afinal os jornais, sites, rádios e canais de televisão estarão transmitindo reportagens e programas especiais que mostram a interessante vida desse homem culto, embora sem títulos acadêmicos formais. Um exemplo, para todos.

jose-alencarSua luta pela vida foi épica – o termo é utilizado em situações não apropriadas, mas dessa vez é justo o uso – e uma lição ainda mais quando vemos pessoas saudáveis desistirem de lutar contra seus problemas (até psicológicos).

Não serei falso de dizer que admirava ou mesmo concordava com as escolhas do político José Alencar. Mas, a essa altura é impossível pensar em Alencar político. Eu como milhões de pessoas já perdi parentes depois de uma luta tão digna quanto a de Alencar e não consigo não projetar nele o carinho que sentimos por nossos entes queridos. E por isso não vou me alongar para que não fique piegas uma vez que o objetivo aqui é apenas registrar a partida desse grande brasileiro, um patriota na melhor acepção da palavra.

Fiquei com vontade agora de ler a biografia de José Alencar escrita pela Eliane Catanhêde (faz sentido que tenha sido ela, mas não cabe esse tipo de comentário agora) intitulada “José Alencar - Amor à Vida”. Título mais apropriado não poderia haver.

Deixo meus sentimentos a seus familiares, amigos e colaboradores próximos. Que o amor a Deus que sempre esteve presente no vice-presidente possa servir de consolo. Ou como ele mesmo disse (fonte: aqui):

“[...] É aquela história: seja feita a vontade de Deus em qualquer circunstância. Em qualquer lugar, em qualquer tempo, seja feita a vontade de Deus. Assim você se entrega às mãos de Deus e ganha coragem. Para enfrentar, isso provavelmente seja a principal razão.”

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crise no Equador

Sob forte protesto das forças policiais e parte dos militares, que impedem o funcionamento do aeroporto internacional de Quito. Presidente Correa cogita usar dispositivo constitucional que prevê dissolução do Congresso e eleições gerais. Mais uma grave crise política na América do Sul. Numa dessas coincidências típicas de se analisar as coisas internacionais discutia semana passada numa excelente postagem de Luís Felipe Kitamura no laureado blog Página Internacional a situação equatoriana. A postagem tinha como título Equador: a instabilidade política e suas lições . Na qual o colega discorria sobre o péssimo histórico de conturbação política do país andino e sobre como o governo Correa parecia romper com isso usando a receita da esquerda latina de certo pragmatismo econômico e políticas distributivas. Mas, justamente a instabilidade política que parecia a caminho da extinção volta com toda força em um episódio potencialmente perigoso, que contundo ainda é cedo para tecer uma análise

Meus leitores fiéis, pacientes e por vezes benevolentes e caridosos

Detesto falar da minha vida pessoal, ainda mais na exposição quase obscena que é a internet, mas creio que vocês merecem uma explicação sobre a falta de manutenção e atualização desse site, morar no interior tem vantagens e desvantagens, e nesse período as desvantagens têm prevalecido, seja na dificuldade na prestação de serviços básicos para esse mundo atual que é uma boa infra-estrutura de internet (que por sinal é frágil em todo o país) e serviço de suporte ao cliente (que também é estupidamente oferecido pelas empresas brasileiras), dificuldades do sub-desenvolvimento diria o menos politicamente correto entre nós. São nessas horas que vemos, sentimos e vivenciamos toda a fragilidade de uma sociedade na qual a inovação e a educação não são valores difundidos. Já não bastasse dificuldades crônicas de acesso à internet, ainda fritei um ‘pen drive’ antes de poder fazer o back up e perdi muitos textos, que já havia preparado para esse blog, incluso os textos que enviaria para o portal M

Extremismo ou ainda sobre a Noruega. Uma reflexão exploratória

O lugar comum seria começar esse texto conceituando extremismo como doutrina política que preconiza ações radicais e revolucionárias como meio de mudança política, em especial com o uso da violência. Mas, a essa altura até o mais alheio leitor sabe bem o que é o extremismo em todas as suas encarnações seja na direita tresloucada e racista como os neonazistas, seja na esquerda radical dos guerrilheiros da FARC e revolucionários comunistas, seja a de caráter religioso dos grupos mulçumanos, dos cristãos, em geral milenaristas, que assassinam médicos abortistas. Em resumo, todos esses que odeiam a liberdade individual e a democracia. Todos esses radicais extremistas tem algo em comum. Todos eles estão absolutamente convencidos que suas culturas, sociedades estão sob cerco do outro, um cerco insidioso e conspiratório e que a única maneira de se resgatarem dessa conspiração contra eles é buscar a pureza (racial, religiosa, ideológica e por ai vai) e agir com firmeza contra o inimigo. Ness