Não gosto muito de expor a faceta mais íntima de minha vida nessa página, contudo não posso deixar de mencionar que hoje é meu aniversário. Um aniversário especial pela idade ser um marco, afinal não é todo dia que se faz 30 anos.
Longe de ter despertado crises ou coisas assim a data ensejou algumas naturais reflexões sobre essas bem vividas três décadas de vida, embora eu deva admitir certa dificuldade em me ver um “trintão”, contudo a auto-imagem que nutrimos é móvel e em breve essa noção deve se tornar mais palpável.
Para marcar essa data transcrevo um soneto que é um dos meus favoritos do livro “Para viver um grande amor” de Vinicius de Moraes. Esse livro me foi dado como presente de aniversário (com os votos de que a poesia possa adoçar minha veia ranzinza) por uma dileta amiga que em sua infinita doçura e bondade tenta, com sucesso, alargar meus horizontes literários. Essa amiga ansiosa como eu, não resistiu esperar e me enviou o livro em setembro.
O verbo no infinito
Ser criado, gerar-se, transformarO amor em carne e a carne em amor; nascerRespirar, e chorar, e adormecerE se nutrir para poder chorar
Para poder nutrir-se; e despertarUm dia à luz e ver, ao mundo e ouvirE começar a amar e então sorrirE então sorrir para poder chorar
E crescer, e saber, e ser, e haverE perder, e sofrer, e ter horrorDe ser e amar, e se sentir maldito
E esquecer tudo ao vir um novo amorE viver esse amor até morrerE ir conjugar o verbo no infinito...
Comentários
Não tem jeito.Com tão doces palavras me sinto compelida a vir à baila comentar a publicação.
Contudo, na falta de imaginação que ora me abate (e que momento inoportuno!), somente cabe reiterar os votos anteriormente proferidos de felicidades, e expressar novamente a minha imensa felicidade pela lembrança e carinho dispensados.
Fico imensamente alegre por ver (e sentir) que o velho Vinícius (o de Moraes), com toda a sua sensibilidade e "diplomacia" fez bem o seu trabalho: amolecer o narrador por vezes tão ranzinza.
Feliz Aniversário!De novo e de novo!
Bjs
My