Pular para o conteúdo principal

Carta aos leitores

Sinto-me compelido a dar explicações aos meus leitores habituais sobre o meu sumiço na última semana. Mais uma vez fui vítima da péssima qualidade de prestação de serviços que as cidades pequenas desse país estão expostas.

O provedor de serviços de internet que assino interrompeu o serviço sexta-feira passada (12 de novembro) alegando que equipamentos de sua torre de transmissão do sinal de rádio (já que por falta de alternativas, fruto da concentração indevida dos serviços de comunicação que é passivamente aceita pela ANATEL e pelo governo federal apesar de em campanhas políticas usarem a sua retórica anti-serviço privado em nome do cliente) foram furtados.

Todos sabemos o quão desgastante é lidar com serviços de atendimento ao cliente com promessas vazias de pronto restabelecimento de serviços. A falta de serviços de internet prejudica a atualização desse blog de maneira dupla ao não permitir que eu tenha acesso ao painel de envio de novos textos e de liberação de comentários e por não permitir que eu acesse aos meios de informação, que notadamente se concentram no ambiente virtual, ainda mais para alguém que mora numa cidade pequena distante dos grandes centros, portanto distante das livrarias, bibliotecas e bancas de jornal que vendem jornais e revistas internacionais e revistas acadêmicas.

Causa ainda mais angústia que a interrupção tenha ocorrido em período de agitação e definições no cenário externo. Ainda tentei usar os serviços de ‘lan-house’, mas o ambiente barulhento torna impossível escrever, além do mais acho um absurdo pagar duas vezes por um serviço.

Não quero que essa pequena explicação ganhe ares de ‘choro’, portanto não irei estender essas lamentações. Quero apenas deixar claro a quem dedica alguns preciosos minutos de sua vida a leitura de meus textos que o abandono que essa página se encontra é involuntário e se enquadra na categoria dos motivos de “força-maior”. Essa força claro é a incompetência assustadora que infelizmente ainda assola o Brasil, talvez um subproduto da péssima educação que é ofertada aqui.

Obrigado pela paciência.



Mário Machado da Silva Filho
Pirapora – MG, 17 de novembro de 2010

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crise no Equador

Sob forte protesto das forças policiais e parte dos militares, que impedem o funcionamento do aeroporto internacional de Quito. Presidente Correa cogita usar dispositivo constitucional que prevê dissolução do Congresso e eleições gerais. Mais uma grave crise política na América do Sul. Numa dessas coincidências típicas de se analisar as coisas internacionais discutia semana passada numa excelente postagem de Luís Felipe Kitamura no laureado blog Página Internacional a situação equatoriana. A postagem tinha como título Equador: a instabilidade política e suas lições . Na qual o colega discorria sobre o péssimo histórico de conturbação política do país andino e sobre como o governo Correa parecia romper com isso usando a receita da esquerda latina de certo pragmatismo econômico e políticas distributivas. Mas, justamente a instabilidade política que parecia a caminho da extinção volta com toda força em um episódio potencialmente perigoso, que contundo ainda é cedo para tecer uma análise

Meus leitores fiéis, pacientes e por vezes benevolentes e caridosos

Detesto falar da minha vida pessoal, ainda mais na exposição quase obscena que é a internet, mas creio que vocês merecem uma explicação sobre a falta de manutenção e atualização desse site, morar no interior tem vantagens e desvantagens, e nesse período as desvantagens têm prevalecido, seja na dificuldade na prestação de serviços básicos para esse mundo atual que é uma boa infra-estrutura de internet (que por sinal é frágil em todo o país) e serviço de suporte ao cliente (que também é estupidamente oferecido pelas empresas brasileiras), dificuldades do sub-desenvolvimento diria o menos politicamente correto entre nós. São nessas horas que vemos, sentimos e vivenciamos toda a fragilidade de uma sociedade na qual a inovação e a educação não são valores difundidos. Já não bastasse dificuldades crônicas de acesso à internet, ainda fritei um ‘pen drive’ antes de poder fazer o back up e perdi muitos textos, que já havia preparado para esse blog, incluso os textos que enviaria para o portal M

Extremismo ou ainda sobre a Noruega. Uma reflexão exploratória

O lugar comum seria começar esse texto conceituando extremismo como doutrina política que preconiza ações radicais e revolucionárias como meio de mudança política, em especial com o uso da violência. Mas, a essa altura até o mais alheio leitor sabe bem o que é o extremismo em todas as suas encarnações seja na direita tresloucada e racista como os neonazistas, seja na esquerda radical dos guerrilheiros da FARC e revolucionários comunistas, seja a de caráter religioso dos grupos mulçumanos, dos cristãos, em geral milenaristas, que assassinam médicos abortistas. Em resumo, todos esses que odeiam a liberdade individual e a democracia. Todos esses radicais extremistas tem algo em comum. Todos eles estão absolutamente convencidos que suas culturas, sociedades estão sob cerco do outro, um cerco insidioso e conspiratório e que a única maneira de se resgatarem dessa conspiração contra eles é buscar a pureza (racial, religiosa, ideológica e por ai vai) e agir com firmeza contra o inimigo. Ness