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Carta aos leitores

Sinto-me compelido a dar explicações aos meus leitores habituais sobre o meu sumiço na última semana. Mais uma vez fui vítima da péssima qualidade de prestação de serviços que as cidades pequenas desse país estão expostas.

O provedor de serviços de internet que assino interrompeu o serviço sexta-feira passada (12 de novembro) alegando que equipamentos de sua torre de transmissão do sinal de rádio (já que por falta de alternativas, fruto da concentração indevida dos serviços de comunicação que é passivamente aceita pela ANATEL e pelo governo federal apesar de em campanhas políticas usarem a sua retórica anti-serviço privado em nome do cliente) foram furtados.

Todos sabemos o quão desgastante é lidar com serviços de atendimento ao cliente com promessas vazias de pronto restabelecimento de serviços. A falta de serviços de internet prejudica a atualização desse blog de maneira dupla ao não permitir que eu tenha acesso ao painel de envio de novos textos e de liberação de comentários e por não permitir que eu acesse aos meios de informação, que notadamente se concentram no ambiente virtual, ainda mais para alguém que mora numa cidade pequena distante dos grandes centros, portanto distante das livrarias, bibliotecas e bancas de jornal que vendem jornais e revistas internacionais e revistas acadêmicas.

Causa ainda mais angústia que a interrupção tenha ocorrido em período de agitação e definições no cenário externo. Ainda tentei usar os serviços de ‘lan-house’, mas o ambiente barulhento torna impossível escrever, além do mais acho um absurdo pagar duas vezes por um serviço.

Não quero que essa pequena explicação ganhe ares de ‘choro’, portanto não irei estender essas lamentações. Quero apenas deixar claro a quem dedica alguns preciosos minutos de sua vida a leitura de meus textos que o abandono que essa página se encontra é involuntário e se enquadra na categoria dos motivos de “força-maior”. Essa força claro é a incompetência assustadora que infelizmente ainda assola o Brasil, talvez um subproduto da péssima educação que é ofertada aqui.

Obrigado pela paciência.



Mário Machado da Silva Filho
Pirapora – MG, 17 de novembro de 2010

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