Pular para o conteúdo principal

Mineiros chilenos: Vivos e livres

Esse ano o mundo viu pela televisão e pela internet, comentando em tempo real pelo Twitter, algumas tragédias assustadoras. O terremoto no empobrecido Haiti, outro terremoto ainda mais forte no Chile, enchentes assustadoras no conturbado Paquistão e quantos ataques terroristas vis que ceifaram vidas inocentes de forma tão efêmera. Desta vez não são pequenos milagres em meio a tragédia que trazem esperança a humanidade. E sim um êxito inesperado, um triunfo da tecnologia que trouxe a superfície 33 mineradores que há 70 dias estavam presos num refugio 700m abaixo da terra.

Que vitória para todos os envolvidos, que feito de competência e inteligência dos que sobre uma enorme pressão arquitetaram esse plano de resgate e executaram as tarefas técnicas que propiciaram seu sucesso. Não vou fingir que sou especialista ou conhecedor ainda que superficial de engenharia de minas, geologia e demais ciências envolvidas. Mas, é fato claro para quem assistiu a esse resgate que ali se fez história e que aquele foi um triunfo da engenhosidade humana.

Os 33 mineiros dão também um testemunho do poder da esperança e da fé, presos em condições francamente inimagináveis conseguiram se manter organizados e funcionais. Esses homens nos ensinam o que é capaz o homem para sobreviver e mais mostraram como a organização e a liderança podem alcançar o inimaginável.

Não consigo articular muito mais que isso nesse momento, os acontecimentos estão muito recentes, as imagens ainda muito frescas na cabeça. Só posso confessar aqui que torci, que rezei a cada vez que acompanhei a (muito bem batizada) sonda fênix.

Hoje foi um raro dia feliz, desses que nos dá a certeza de algo que por muitas vezes duvidamos: que os avanços da civilização e da tecnologia servem ao homem. Muito terá que ser feito naquele país para que a fiscalização das atividades mineradoras seja mais bem executada, novos padrões de segurança e de condição de trabalho terão que vigorar, mas por hora prefiro navegar pela alegre onda de esperança e realização.

Chi-chi-chi Le-le-le, viva mineros de Chile! (perdão pela acentuação errada em espanhol) 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crise no Equador

Sob forte protesto das forças policiais e parte dos militares, que impedem o funcionamento do aeroporto internacional de Quito. Presidente Correa cogita usar dispositivo constitucional que prevê dissolução do Congresso e eleições gerais. Mais uma grave crise política na América do Sul. Numa dessas coincidências típicas de se analisar as coisas internacionais discutia semana passada numa excelente postagem de Luís Felipe Kitamura no laureado blog Página Internacional a situação equatoriana. A postagem tinha como título Equador: a instabilidade política e suas lições . Na qual o colega discorria sobre o péssimo histórico de conturbação política do país andino e sobre como o governo Correa parecia romper com isso usando a receita da esquerda latina de certo pragmatismo econômico e políticas distributivas. Mas, justamente a instabilidade política que parecia a caminho da extinção volta com toda força em um episódio potencialmente perigoso, que contundo ainda é cedo para tecer uma análise

Meus leitores fiéis, pacientes e por vezes benevolentes e caridosos

Detesto falar da minha vida pessoal, ainda mais na exposição quase obscena que é a internet, mas creio que vocês merecem uma explicação sobre a falta de manutenção e atualização desse site, morar no interior tem vantagens e desvantagens, e nesse período as desvantagens têm prevalecido, seja na dificuldade na prestação de serviços básicos para esse mundo atual que é uma boa infra-estrutura de internet (que por sinal é frágil em todo o país) e serviço de suporte ao cliente (que também é estupidamente oferecido pelas empresas brasileiras), dificuldades do sub-desenvolvimento diria o menos politicamente correto entre nós. São nessas horas que vemos, sentimos e vivenciamos toda a fragilidade de uma sociedade na qual a inovação e a educação não são valores difundidos. Já não bastasse dificuldades crônicas de acesso à internet, ainda fritei um ‘pen drive’ antes de poder fazer o back up e perdi muitos textos, que já havia preparado para esse blog, incluso os textos que enviaria para o portal M

Extremismo ou ainda sobre a Noruega. Uma reflexão exploratória

O lugar comum seria começar esse texto conceituando extremismo como doutrina política que preconiza ações radicais e revolucionárias como meio de mudança política, em especial com o uso da violência. Mas, a essa altura até o mais alheio leitor sabe bem o que é o extremismo em todas as suas encarnações seja na direita tresloucada e racista como os neonazistas, seja na esquerda radical dos guerrilheiros da FARC e revolucionários comunistas, seja a de caráter religioso dos grupos mulçumanos, dos cristãos, em geral milenaristas, que assassinam médicos abortistas. Em resumo, todos esses que odeiam a liberdade individual e a democracia. Todos esses radicais extremistas tem algo em comum. Todos eles estão absolutamente convencidos que suas culturas, sociedades estão sob cerco do outro, um cerco insidioso e conspiratório e que a única maneira de se resgatarem dessa conspiração contra eles é buscar a pureza (racial, religiosa, ideológica e por ai vai) e agir com firmeza contra o inimigo. Ness