Foi com essa forte frase que o jornalista Paulo Beringhs se demitiu, ao vivo, da TV pública do Estado do Goiás. O ato foi motivado pela ingerência política na emissora que se configura como uma tentativa de censura engendrada pelo grupo político do atual governador Íris Rezende (PMDB) que impediu a realização de uma entrevista com o candidato Marconi Pirilo (PSDB).
O ato é um exemplo da verve autoritária e intolerante com a liberdade de imprensa que vem sendo descrita e denunciada por muitos analistas, juristas, jornalistas, etc. Além de ser um ato de força que mostra as pressões que indevidas que funcionários públicos estão expostos no seu exercício profissional.
O ato de censurar uma rede estatal mostra não só o óbvio autoritarismo, como o patrimonialismo reinante no Brasil. É mais bizarro ainda se levarmos em conta que a TV em que o caso ocorreu tem uma audiência inexpressiva, como qualquer TV pública.
Não posso deixar de me solidarizar com o jornalista Paulo Beringhs, por que sei bem o peso que uma decisão dessas acarreta, por que ao contrário do que pode parecer escolher o caminho ético faz com que se tenha inimigos e se veja visto de forma diferente, de certo modo o caminho correta lhe alija de algumas oportunidades, mas preserva o mais importante a dignidade.
A forte frase do jornalista nos lembra aquilo que as religiões e a história já nos havia mostrado que o caminho correto não é fácil. E que a virtude exige esforço. E que por vezes para se fazer o certo é preciso ter a força de caráter para agüentar a repercussão. Não se enganem no caminho de nossas carreiras e vidas teremos todos que lidar com esses momentos.
Não consigo imaginar a pressão que esse homem estava submetido para chegar ao ponto de se demitir, ao vivo. De certo esse gesto dramático foi calculado como uma vacina para uma potencial campanha de boicote que ele sentiu que seria exposto. E que não tardará, isto se já não estiver a ocorrer. Abaixo fica o já famoso vídeo do programa no qual os fatos se deram.
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