Antes de escrever tenho que deixar claro que o título infelizmente não é meu, é um título inspirando em uma postagem do diplomata Paulo Roberto de Almeida em seu blog Diplomatizzando.
Escrevi dois textos sobre essa tendência crescente de nacionalismo econômico que pode ser um tiro no pé do Brasil ao inibir a entrada de poupança externa, necessária para qualquer projeto de maior porte. Muitos tendem a ver a economia brasileira como auto-suficiente e que basta incentivos fiscais e empréstimos do BNDES. Não preciso dizer a inconsistência desse pensamento aos meus leitores.
Pois bem, é preciso evitar que nosso natural sentimento de apreço por nossos valores culturais e pelo país seja manipulado para atender interesses de poucos disfarçados como interesse nacional. Um bom exemplo disso são as medidas de protecionistas (não confundir com a defesa comercial legítima) que acabam impondo aos consumidores produtos inferiores e/ou mais caros, o que impacta negativamente o poder de compra da população brasileira, nem é preciso dizer que produtos mais caros impactam mais os que possuem menor renda.
Tomo a liberdade de transcrever a postagem do conhecido pesquisador e diplomata com os quais eu coaduno, nesse caso:
“Nacionalismo fundiário só pode atrasar o pais
O Brasil, ou melhor, brasileiros, de vez em quando, sofrem um ataque de estupidez nacionalista, e resolvem fechar as portas ao investimento estrangeiro, como agora com essa limitação da aquisição de terras por estrangeiros.
Não hesito em dizer que, qualquer que seja o motivo, essa medida só pode ser estúpida, idiota, e contrária ao interesse nacional: não se imagina que os estrangeiros fujam com as terras; não se imagina que eles a deixem improdutiva, não se imagina que eles a queiram transformar em reservas ecológicas (embora alguns ecologistas ricos possam fazê-lo e se o fizerem problema deles, estão simplesmente enterrando o dinheiro deles, o que é seu pleno direito).
Falando nisso, e por oportuno, se um brasileiro, por acaso, quiser comprar terras e deixá-las reverter ao estado selvagem, ele pode ser automaticamente expropriado, por não estar cumprindo a "função social" da terra, que é supostamente produtiva, como diz a Constituição, numa dessas manifestações de estupidez econômicas nas quais nossa Constituição abunda.
Pois bem, a mesma estupidez emerge desta medida atual, e não hesito em dizer: quem propôs, quem aprovou, quem assinou, só pode ter sofrido um desses ataques repentinos de idiotice consumada.
Paulo Roberto de Almeida”
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