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Troca de guarda no Chile

Nessa quinta-feira dia 11 de março de 2010, tomará (escrevo o post na madrugada) posse no Chile Sebastián Piñera muito destaque se tem dado ao fato dele ser o primeiro presidente de direita democraticamente eleito. O diário norte-americano “The New York Times” traça um interessante panorama das expectativas diante da posse, que foram radicalmente mudadas pelo trágico terremoto de magnitude 8,8 que atingiu o país em 27 de fevereiro.

No plano regional caberá a Piñera e sua diplomacia a presidência do Grupo do Rio, logo caberá a ele coordenar os trabalhos que visam a criação do tal organismo do Caribe e América Latina “puro sangue” (sem EUA e Canadá).

Sem dúvida sua posse pode oferecer novidades no âmbito sul-americano já que potencialmente pode ser um governo mais simpático a Colômbia. E possa agir como uma voz moderada na região. Embora os esforços de reconstrução e embates políticos internos devam ser prioritários na agenda chilena.

É preciso notar que o presidente Lula não irá a cerimônia de posse o que pode ser interpretado como uma decisão embasada em simpatias ideológicas. O Brasil que tanto almeja consolidar a liderança regional deveria ter seu mandatário na posse chilena ainda mais depois do terremoto. Ainda que o governo brasileiro esteja presente com um hospital de campanha (o maior em operação no Chile) em Santiago. Portanto, se a não ida não implica praticamente em falta de cooperação, simbolicamente é uma oportunidade perdida.

UPDATE 11/03 as 22h: Mais um tremor atingiu o Chile durante a cerimônia de posse. Apesar de Lula não ter ido vários outros líderes da esquerda continental estiveram presentes, como: Evo Morales, Fernando Lugo e Rafael Correa. 

Comentários

Anônimo disse…
Boa noite,
antes de mais parabéns pelo blog.
Convido a assistir ao vídeo http://www.youtube.com/watch?v=amYnJ9vjXxs e ao site do centro de estudos do curso de Relações Internacionais da universidade do Minhho www.cecri.org
Cumprimentos

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