Pular para o conteúdo principal

Obama strikes back

Primeiro gostaria de me desculpar pela brevidade do texto. Os que dentre vocês já tiverem tido a ‘sorte’ de serem acometidos com Dengue sabem que apesar de não ser uma doença, em sua forma clássica, muito complicada do ponto de vista clínico ela dificulta muito qualquer atividade física e intelectual.

A madrugada dessa quinta-feira começou com o muito antecipado discurso do 'State of the Union' proferido pelo presidente dos EUA Barack H. Obama. Que ao contrário do que era antecipado pelos comentaristas políticos das redes internacionais de noticias (CNN, BBC, Fox News) o discurso não foi uma guinada centrista de Obama. O tom do discurso foi desafiador e determinado a manter suas políticas e seus planos. Interessante notar uma volta de Obama a sua retórica de outsider ao criticar a maneira como o jogo político é conduzido em Washington.


Contudo, Obama fez uma concessão (um tanto populista) a opinião pública americana a dizer que detestou ter que assinar o plano de resgate das grandes instituições financeiras comparando com um tratamento de canal. E reiterou sua disposição de reformar o sistema de saúde dos EUA, ainda que não tenha traçado ‘guide lines’ para atuação de seu partido.

De maneira geral o discurso foi focado em assuntos internos, como era de se esperar. No front que concerne a nosso blog foi estranho a não menção ao fechamento do campo de prisioneiros da base da Guantánamo, tampouco mencionou de maneira incisiva as ameaças terroristas que pairam sobre seu país, nem aprofundou na questão das guerras. A maioria democrata fez do plenário do congresso dos EUA um local bastante acolhedor para Obama aplaudido pelos seus de maneira entusiasmada. Foi um discurso longo (ainda mais para alguém com dengue como eu) com a marca da grandiloqüência habitual de suas falas.   


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Colômbia – Venezuela: Uma crise previsível

A mais nova crise política da América do Sul está em curso Hugo Chávez o presidente da República Bolivariana da Venezuela determinou o rompimento das relações diplomáticas entre sua nação e a vizinha Colômbia. O fez em discurso transmitido ao vivo pela rede Tele Sur. Ao lado do treinador e ex-jogador argentino Diego Maradona, que ficou ali parado servindo de decoração enquanto Chávez dava a grave noticia uma cena com toques de realismo fantástico, sem dúvidas. Essa decisão estar a ser ensaiada há tempos, por sinal em maio de 2008 seguindo o ataque colombiano ao acampamento das FARC no Equador. Por sinal a atual crise está intimamente ligada aquela uma vez que é um desdobramento natural das acusações de ligação entre a Venezuela e os narco-gueriilheiros das FARC. Nessa quarta-feira o presidente da Colômbia (e de certa maneira o arquiinimigo do chavismo na América do Sul) Álvaro Uribe, por meio de seus representantes na reunião da OEA afirmou que as guerrilhas FARC e ELN estão ativas...

Bye, bye! O Brexit visto por Francisco Seixas da Costa

Francisco Seixas da Costa é diplomata português, de carreira, hoje aposentado ou reformado como dizem em Portugal, com grande experiência sobre os intricados meandros da diplomacia européia, seu estilo de escrita (e não me canso de escrever sobre isso aqui) torna suas análises ainda mais saborosas. Abaixo o autor tece algumas impressões sobre a saída do Reino Unido da União Européia. Concordo com as razões que o autor identifica como raiz da saída britânica longe de embarcar na leitura dominante sua serenidade é alentadora nesses dias de alarmismos e exagero. O original pode ser lido aqui , transcrito com autorização do autor tal qual o original. Bye, bye! Por Francisco Seixas da Costa O Brexit passou. Não vale a pena chorar sobre leite derramado, mas é importante perceber o que ocorreu, porque as razões que motivaram a escolha democrática britânica, sendo próprias e específicas, ligam-se a um "malaise" que se estende muito para além da ilha. E se esse mal-estar ...

Fim da História ou vinte anos de crise? Angústias analíticas em um mundo pandêmico

O exercício da pesquisa acadêmica me ensinou que fazer ciência é conversar com a literatura, e que dessa conversa pode resultar tanto o avanço incremental no entendimento de um aspecto negligenciado pela teoria quanto o abandono de uma trilha teórica quando a realidade não dá suporte empírico as conjecturas, ainda que tenham lógica interna consistente. Sobretudo, a pesquisa é ler, não há alternativas, seja para entender o conceito histórico, ou para determinar as variáveis do seu experimento, pesquisar é ler, é interagir com o que foi lido, é como eu já disse: conversar com a literatura. Hoje, proponho um diálogo, ou pelo menos um início de conversa, que para muitos pode ser inusitado. Edward Carr foi pesquisador e acadêmico no começo do século XX, seu livro Vinte Anos de Crise nos mostra uma leitura muito refinada da realidade internacional que culminou na Segunda Guerra Mundial, editado pela primeira vez, em 1939. É uma mostra que é possível sim fazer boas leituras da história e da...