Pular para o conteúdo principal

Há algo de muito estranho em alguns campi universitários do país

Já escrevi aqui sobre o absurdo caso da Uniban. Um curioso caso onde defensores do decoro se comportam indecorosamente para defender o mesmo.

Nessa explicação simples já vemos a falência da lógica, da inteligência e da educação tanto a superior quanto aquela que chamamos de berço, também conhecida como boas maneiras.

Hoje vemos mais um capítulo dessa história onde autoridades da suposta universidade defendendo a expulsão da aluna, que segundo eles estimulou o tumulto insistindo em ser sexy, em mostrar seu corpo, rebolar e provocar os rapazes.

Muito deve ter mudado desde os meus tempos de universidade. E olha que me graduei já nesse século. Lembro que a despeito de ser um comportamento incompatível com valores que professo hoje (mas, a época não) aguardava o verão com todo ânimo pela alegria que era a profusão de minissaias. Ao que parece nesse campus em questão os rapazes não gostam disso, devem ser mais pudicos do que éramos.

Mas, impressionantemente esse ardorosos defensores do uso de trajes que condigam com o ambiente elevado, severo e rígido da universidade. Não se preocuparam em dignificar esse mesmo lócus comportando-se como homens. A turba agiu como estupradores e linchadores em potencial.

O que me leva a perguntar esse comportamento pode? Microvestidos e pernas a mostra são um escândalo? Conhecendo o universo estudantil, me faço mais alguma pergunta incomodas: Quanto daqueles puros defensores do decoro dirigem bêbados? Usam drogas? Mantiveram relações sexuais com esposas e namoradas com a memória das pernas da tal moça em mente?

Será que esse assim chamados universitários não possuem lideranças estudantis, ou algum órgão na suposta universidade ao qual poderiam apelar para que a questão das vestimentas fosse conduzida de maneira adequada?

Há realmente algo de muito estranho em alguns campi universitários do país. E como disse o Reinaldo Azevedo em seu blog: Mulá Omar para reitor da Uni(tale)ban!

Comentários

Anônimo disse…
Excelente!
É trsite percebermos cada vez mais como pessoas insitem em julgar os outros ao invés de olhar para si mesmo em busca de uma melhora pessoal, íntima.

Vinicius Takacs - Caos blog

Postagens mais visitadas deste blog

Colômbia – Venezuela: Uma crise previsível

A mais nova crise política da América do Sul está em curso Hugo Chávez o presidente da República Bolivariana da Venezuela determinou o rompimento das relações diplomáticas entre sua nação e a vizinha Colômbia. O fez em discurso transmitido ao vivo pela rede Tele Sur. Ao lado do treinador e ex-jogador argentino Diego Maradona, que ficou ali parado servindo de decoração enquanto Chávez dava a grave noticia uma cena com toques de realismo fantástico, sem dúvidas. Essa decisão estar a ser ensaiada há tempos, por sinal em maio de 2008 seguindo o ataque colombiano ao acampamento das FARC no Equador. Por sinal a atual crise está intimamente ligada aquela uma vez que é um desdobramento natural das acusações de ligação entre a Venezuela e os narco-gueriilheiros das FARC. Nessa quarta-feira o presidente da Colômbia (e de certa maneira o arquiinimigo do chavismo na América do Sul) Álvaro Uribe, por meio de seus representantes na reunião da OEA afirmou que as guerrilhas FARC e ELN estão ativas...

Bye, bye! O Brexit visto por Francisco Seixas da Costa

Francisco Seixas da Costa é diplomata português, de carreira, hoje aposentado ou reformado como dizem em Portugal, com grande experiência sobre os intricados meandros da diplomacia européia, seu estilo de escrita (e não me canso de escrever sobre isso aqui) torna suas análises ainda mais saborosas. Abaixo o autor tece algumas impressões sobre a saída do Reino Unido da União Européia. Concordo com as razões que o autor identifica como raiz da saída britânica longe de embarcar na leitura dominante sua serenidade é alentadora nesses dias de alarmismos e exagero. O original pode ser lido aqui , transcrito com autorização do autor tal qual o original. Bye, bye! Por Francisco Seixas da Costa O Brexit passou. Não vale a pena chorar sobre leite derramado, mas é importante perceber o que ocorreu, porque as razões que motivaram a escolha democrática britânica, sendo próprias e específicas, ligam-se a um "malaise" que se estende muito para além da ilha. E se esse mal-estar ...

Fim da História ou vinte anos de crise? Angústias analíticas em um mundo pandêmico

O exercício da pesquisa acadêmica me ensinou que fazer ciência é conversar com a literatura, e que dessa conversa pode resultar tanto o avanço incremental no entendimento de um aspecto negligenciado pela teoria quanto o abandono de uma trilha teórica quando a realidade não dá suporte empírico as conjecturas, ainda que tenham lógica interna consistente. Sobretudo, a pesquisa é ler, não há alternativas, seja para entender o conceito histórico, ou para determinar as variáveis do seu experimento, pesquisar é ler, é interagir com o que foi lido, é como eu já disse: conversar com a literatura. Hoje, proponho um diálogo, ou pelo menos um início de conversa, que para muitos pode ser inusitado. Edward Carr foi pesquisador e acadêmico no começo do século XX, seu livro Vinte Anos de Crise nos mostra uma leitura muito refinada da realidade internacional que culminou na Segunda Guerra Mundial, editado pela primeira vez, em 1939. É uma mostra que é possível sim fazer boas leituras da história e da...