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Uma nota sobre Brasil e Honduras

Em entrevista ao portal Terra o Embaixador e ex-secretário geral da UNCTAD (Agência das Nações Unidas para o Desenvolvimento e Comércio) Rubens Ricupero, levanta um argumento semelhante ao que tenho usado aqui, não que eu busque conforto nos números, meu compromisso é com minha própria honestidade intelectual.

E, também, seria uma estupidez tentar me equiparar ao Embaixador, ainda que eu não concorde com muito do que ele diz, sem nenhum resquício de falsa humildade ou subserviência o Embaixador Ricupero está em outra liga diferente da minha. Outro nível de conhecimento, experiência e vivência, respeitar alguém, não necessariamente implica em concordância cega.

Mesmo não procurando auto-afirmação nos números e tampouco buscando polêmica em busca de aumentar a audiência desse blog é muito bom saber que não estou sozinho em minha posição.

Concordo em especial quando Ricupero diz (trecho retirado da entrevista supracitada feita pelo portal Terra íntegra disponível aqui): “o Brasil adotou um posicionamento militante, que é diferente de diplomacia” [...] “este retorno de Zelaya a Honduras foi antecipadamente combinado com o governo brasileiro". E justifica: "precisavam retomar o assunto, as negociações, ele não retornaria sem algum tipo de segurança e, com certeza, o Brasil cedeu a Embaixada e já sabia que isto iria acontecer”.

Arremata ainda o Embaixador: “nesta questão de Honduras, o Brasil nunca foi neutro, assim como a Venezuela de Chávez também não o foi”.

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