Pular para o conteúdo principal

Domingo é dia de atender aos leitores

Essa semana recebi duas dúvidas muito similares acerca da empregabilidade. Essas questões são complexas por que dependem muito mais de aptidões específicas de cada um de vocês.

As opções de empregabilidades são muitas e ao mesmo tempo raras, explico isso em muito outros textos tanto aqui como no Portal Mondo Post, sei que parece uma resposta de preguiçoso. Mas, não é os dois leitores que me escreveram e todos merecem o meu melhor aqui, por isso mesmo peço para que leiam os textos anteriores que são detalhados.

As palavras relações internacionais emanam um sentimento de representatividade internacional de uma empresa ou do próprio estado (caso da diplomacia), que embora faça parte do trabalho de alguns não exaure as possibilidades, o mais comum tipo de trabalho é analítico, é fornecendo elementos para tomada de decisão, ou construção de planos internacionais de negócios, o que não é de maneira alguma exclusividade de multinacionais, por sinal qualquer empresa, desde um pequeno operador do CEAGESP, a um executivo de uma grande empresa agem internacionalmente.

Mesmo no governo há muita demanda para analistas em vários órgãos de várias esferas efeitos da chamada globalização, da estabilidade econômica e do maior papel estratégico pretendido pelo Estado brasileiro. Não necessariamente um profissional de relações internacionais vai atuar fora do país, pode até viajar com freqüência, mas a probabilidade maior, ainda mais no inicio da carreira é que você faça suas análises como eu a partir de dados dando tratamento metodológico em frente ao seu computador, e com uma série de vídeo conferencias, nada glamoroso, mas econômico, custo-benefício é algo que preocupa muito as empresas.

Muita gente sonha em trabalhar fora, e é válido, para conseguir isso o melhor caminho embora o mais disputado é conseguir uma vaga de trainee em uma grande multinacional, ou fazer um MBA fora, um que seja bem ranqueado, o Financial Times tem um ranking bem conceituado pelo mercado. Claro sempre há a alternativa de ir na cara e na coragem, mas como disse antes depende muito de características individuais.

Sobre áreas de atuação, reitero o pedido para a leitura dos arquivos onde enumero várias a partir de exemplos práticos, não falo hipoteticamente, falo de atuações que tenho certeza que são executadas por profissionais formados em relações internacionais.

A questão das línguas é recorrente, e também a resposta: Inglês é fundamental, a única língua realmente fundamental, contudo a constante especialização nos leva a conhecer bem o idioma dos países que lidamos mais, academicamente falando quanto mais, melhor no sentido de cada língua nos abre um universo de autores, nos abre uma cultura, (literatura, música, etc.) e não há duvidas que o nome de nossa carreira gera expectativas sobre uma boa formação cultural, além de toda a formação técnica específica.

Uma particularidade sobre o mercado de trabalho em relações internacionais é que sem pessimismos é um mercado muito pequeno e difícil. Conseguir se sobressair exige muito esforço, estudo e uma pitada de sorte. Mas, apesar de toda dificuldade posso dizer que amo o que faço.

Se eu recomendo? Bom, como já disse e repeti depende de suas aptidões pessoais e suas habilidades, ou seja, cada um deve se informar como vocês estão a fazer e tomar a decisão sozinho, sabendo que nem sempre se formar em algo necessariamente significa que você vai viver disso.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crise no Equador

Sob forte protesto das forças policiais e parte dos militares, que impedem o funcionamento do aeroporto internacional de Quito. Presidente Correa cogita usar dispositivo constitucional que prevê dissolução do Congresso e eleições gerais. Mais uma grave crise política na América do Sul. Numa dessas coincidências típicas de se analisar as coisas internacionais discutia semana passada numa excelente postagem de Luís Felipe Kitamura no laureado blog Página Internacional a situação equatoriana. A postagem tinha como título Equador: a instabilidade política e suas lições . Na qual o colega discorria sobre o péssimo histórico de conturbação política do país andino e sobre como o governo Correa parecia romper com isso usando a receita da esquerda latina de certo pragmatismo econômico e políticas distributivas. Mas, justamente a instabilidade política que parecia a caminho da extinção volta com toda força em um episódio potencialmente perigoso, que contundo ainda é cedo para tecer uma análise

Meus leitores fiéis, pacientes e por vezes benevolentes e caridosos

Detesto falar da minha vida pessoal, ainda mais na exposição quase obscena que é a internet, mas creio que vocês merecem uma explicação sobre a falta de manutenção e atualização desse site, morar no interior tem vantagens e desvantagens, e nesse período as desvantagens têm prevalecido, seja na dificuldade na prestação de serviços básicos para esse mundo atual que é uma boa infra-estrutura de internet (que por sinal é frágil em todo o país) e serviço de suporte ao cliente (que também é estupidamente oferecido pelas empresas brasileiras), dificuldades do sub-desenvolvimento diria o menos politicamente correto entre nós. São nessas horas que vemos, sentimos e vivenciamos toda a fragilidade de uma sociedade na qual a inovação e a educação não são valores difundidos. Já não bastasse dificuldades crônicas de acesso à internet, ainda fritei um ‘pen drive’ antes de poder fazer o back up e perdi muitos textos, que já havia preparado para esse blog, incluso os textos que enviaria para o portal M

Extremismo ou ainda sobre a Noruega. Uma reflexão exploratória

O lugar comum seria começar esse texto conceituando extremismo como doutrina política que preconiza ações radicais e revolucionárias como meio de mudança política, em especial com o uso da violência. Mas, a essa altura até o mais alheio leitor sabe bem o que é o extremismo em todas as suas encarnações seja na direita tresloucada e racista como os neonazistas, seja na esquerda radical dos guerrilheiros da FARC e revolucionários comunistas, seja a de caráter religioso dos grupos mulçumanos, dos cristãos, em geral milenaristas, que assassinam médicos abortistas. Em resumo, todos esses que odeiam a liberdade individual e a democracia. Todos esses radicais extremistas tem algo em comum. Todos eles estão absolutamente convencidos que suas culturas, sociedades estão sob cerco do outro, um cerco insidioso e conspiratório e que a única maneira de se resgatarem dessa conspiração contra eles é buscar a pureza (racial, religiosa, ideológica e por ai vai) e agir com firmeza contra o inimigo. Ness