Uma breve introdução
Muito se tem criticado a Política Externa Brasileira e seus principais articuladores, formuladores e executores, principalmente a diplomacia pessoal do Presidente Lula, a ação do Chanceler Amorim e a atuação de Marco Aurélio de Melo. E as críticas surgem, tanto pelo resultado concreto não alcançado em tentativas de emplacar candidatos em fóruns multilaterais, a política de apoio a regimes ditatoriais, o excesso de politização da política externa, uma opção ideológica cega pelo sul, pouco ativismo em obter maior inserção internacional das empresas Brasileiras (que segundo Amado Cervo vivemos o paradigma do estado logístico, que em tese deveria ter esse item em particular na sua ordem do dia).
Eu mesmo já escrevi sobre isso e não pretendo nesse texto abordar todo o conteúdo dessas críticas que enumerei, tentarei, contudo fazer um apanhado geral com algum marco teórico, contudo, tentarei não me subscrever a uma teoria ou corrente analítica especifica. É preciso, contudo saber que ter uma postura crítica a políticas determinadas não é como alguns costumam acusar ter complexo de “vira-lata” e sim discordância o que no mundo acadêmico e no contexto de democracia é justa parte do jogo.
Esse estudo aqui proposto foi despertado pelas noticias do dia a dia, mas não serão assim abordados itens e casos concretos a fundo, mas sim discursos, práticas e bases teóricas que servirão a futuras análises, o texto ficou mais longo do que eu desejava e será, por isso dividido em duas partes, não esperem, contudo uma análise que sirva para ser usada em trabalhos universitários. Sei pelas palavras chaves que usam muito para aqui chegar que tem essa intenção.
Algumas elucubrações analíticas.
Como todo estudante (usado amplamente, inclui, graduandos e graduados, pós-graduandos e pós-graduados e por ai vai, e os que se interessam cientificamente pelas Relações Internacionais) sei que não há receitas prontas de atuação diplomática, existem teorias derivadas da academia e práticas consagradas pela experiência prática, contudo não obstante correntes teóricas que muitas vezes condizem a correntes ideológicas, há alguns elementos são quase consensuais como elementos de uma boa política externa, entre esses elementos há noções abstratas como interesse nacional, prudência que são fundamentais, pois a partir da construção em especial do interesse nacional se passa a construir as opções políticas que serão levadas a cabo, claro que sempre com a difícil combinação entre os interesses nacionais “perenes” e os interesses políticos do partido no governo, é um equilíbrio difícil e inerente a carreira diplomática que serve ao Estado e ao Governo, devendo prevalecer a meu ver, o interesse do primeiro sobre o segundo, mas tudo isso é muito relativo, já que é um construto da argumentação intelectual e do debate político e certamente não são facilmente calculados e mensurados.
É ponto pacifico na maioria das correntes interpretativas das relações internacionais que uma política externa extremamente engajada ou moralista não é desejável por alienar relações com base em ideologia, além de projetar uma imagem de intervenção e unilateralismo, a esse descompasse entre o ideal dos discursos e a prática, se costuma chamar de pragmatismo. Que em grosso modo significa aquiescer em valores (não fundamentais) para obter vantagem ou relações estáveis. Isso explica por que várias nações que seus líderes muito falam sobre nobres aspirações e a prática mostra que esses governos acabam por apoiar líderes que conduzem seus estados de maneira diametralmente oposta a seu discurso, um bom exemplo, foi fornecido pelo Presidente americano George W. Bush (recentemente por Obama ao discursar no Egito e ter relações amistosas com regimes autocráticos, como a Arábia Saudita) que muito falava em democracia como pilar, mas por motivos de ordem prática e de interesse nacional se viu apoiando a regimes ditatoriais como o que vigorava no Paquistão, em nome da estabilidade.
A todos esses fatores analíticos acima descritos, soma-se a efervescência típica das democracias que alimentam em seu seio várias tendências políticas, interpretativas, não só isso como é de certo modo incentivado a existência dessa pluralidade o resultado é uma dificuldade ainda mais de construir o que seria o interesse nacional. É certo, contudo, como já dizia o Barão do Rio Branco que o exercício da diplomacia exige a projeção de “uma certa idéia de Brasil” diríamos hoje que há elementos de projeção de uma identidade nacional, tanto real quanto idealizada.
Ou seja, não é só de medidas efetivas que vive a política externa, mas da projeção de uma imagem, que pode ser usada para obter, por exemplo, prestigio, o que coloca o país em melhor posição para implementar sua agenda com menor resistência, tanto do sistema como de outros atores.
Essa é a dificuldade fundamental de analisar uma política externa, ainda mais ao calor dos acontecimentos, pois há uma confusão entre discurso político, ideologia e análise acadêmica propriamente dita. Buscarei aqui analisar alguns pontos da política externa brasileira, principalmente o discurso e a prática.
Muito se tem criticado a Política Externa Brasileira e seus principais articuladores, formuladores e executores, principalmente a diplomacia pessoal do Presidente Lula, a ação do Chanceler Amorim e a atuação de Marco Aurélio de Melo. E as críticas surgem, tanto pelo resultado concreto não alcançado em tentativas de emplacar candidatos em fóruns multilaterais, a política de apoio a regimes ditatoriais, o excesso de politização da política externa, uma opção ideológica cega pelo sul, pouco ativismo em obter maior inserção internacional das empresas Brasileiras (que segundo Amado Cervo vivemos o paradigma do estado logístico, que em tese deveria ter esse item em particular na sua ordem do dia).
Eu mesmo já escrevi sobre isso e não pretendo nesse texto abordar todo o conteúdo dessas críticas que enumerei, tentarei, contudo fazer um apanhado geral com algum marco teórico, contudo, tentarei não me subscrever a uma teoria ou corrente analítica especifica. É preciso, contudo saber que ter uma postura crítica a políticas determinadas não é como alguns costumam acusar ter complexo de “vira-lata” e sim discordância o que no mundo acadêmico e no contexto de democracia é justa parte do jogo.
Esse estudo aqui proposto foi despertado pelas noticias do dia a dia, mas não serão assim abordados itens e casos concretos a fundo, mas sim discursos, práticas e bases teóricas que servirão a futuras análises, o texto ficou mais longo do que eu desejava e será, por isso dividido em duas partes, não esperem, contudo uma análise que sirva para ser usada em trabalhos universitários. Sei pelas palavras chaves que usam muito para aqui chegar que tem essa intenção.
Algumas elucubrações analíticas.
Como todo estudante (usado amplamente, inclui, graduandos e graduados, pós-graduandos e pós-graduados e por ai vai, e os que se interessam cientificamente pelas Relações Internacionais) sei que não há receitas prontas de atuação diplomática, existem teorias derivadas da academia e práticas consagradas pela experiência prática, contudo não obstante correntes teóricas que muitas vezes condizem a correntes ideológicas, há alguns elementos são quase consensuais como elementos de uma boa política externa, entre esses elementos há noções abstratas como interesse nacional, prudência que são fundamentais, pois a partir da construção em especial do interesse nacional se passa a construir as opções políticas que serão levadas a cabo, claro que sempre com a difícil combinação entre os interesses nacionais “perenes” e os interesses políticos do partido no governo, é um equilíbrio difícil e inerente a carreira diplomática que serve ao Estado e ao Governo, devendo prevalecer a meu ver, o interesse do primeiro sobre o segundo, mas tudo isso é muito relativo, já que é um construto da argumentação intelectual e do debate político e certamente não são facilmente calculados e mensurados.
É ponto pacifico na maioria das correntes interpretativas das relações internacionais que uma política externa extremamente engajada ou moralista não é desejável por alienar relações com base em ideologia, além de projetar uma imagem de intervenção e unilateralismo, a esse descompasse entre o ideal dos discursos e a prática, se costuma chamar de pragmatismo. Que em grosso modo significa aquiescer em valores (não fundamentais) para obter vantagem ou relações estáveis. Isso explica por que várias nações que seus líderes muito falam sobre nobres aspirações e a prática mostra que esses governos acabam por apoiar líderes que conduzem seus estados de maneira diametralmente oposta a seu discurso, um bom exemplo, foi fornecido pelo Presidente americano George W. Bush (recentemente por Obama ao discursar no Egito e ter relações amistosas com regimes autocráticos, como a Arábia Saudita) que muito falava em democracia como pilar, mas por motivos de ordem prática e de interesse nacional se viu apoiando a regimes ditatoriais como o que vigorava no Paquistão, em nome da estabilidade.
A todos esses fatores analíticos acima descritos, soma-se a efervescência típica das democracias que alimentam em seu seio várias tendências políticas, interpretativas, não só isso como é de certo modo incentivado a existência dessa pluralidade o resultado é uma dificuldade ainda mais de construir o que seria o interesse nacional. É certo, contudo, como já dizia o Barão do Rio Branco que o exercício da diplomacia exige a projeção de “uma certa idéia de Brasil” diríamos hoje que há elementos de projeção de uma identidade nacional, tanto real quanto idealizada.
Ou seja, não é só de medidas efetivas que vive a política externa, mas da projeção de uma imagem, que pode ser usada para obter, por exemplo, prestigio, o que coloca o país em melhor posição para implementar sua agenda com menor resistência, tanto do sistema como de outros atores.
Essa é a dificuldade fundamental de analisar uma política externa, ainda mais ao calor dos acontecimentos, pois há uma confusão entre discurso político, ideologia e análise acadêmica propriamente dita. Buscarei aqui analisar alguns pontos da política externa brasileira, principalmente o discurso e a prática.
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