A página continua em branco, que tortura esse branco da tela é para meu cérebro, o cursor continua, piscando, pulsando, esperando, como quem balança o pé ao aguardar a vez no dentista, cada vez mais impaciente.
Tanto sobre o que escrever!
Sangue e clamor nas ruas do mundo, o Irã lidando com a desobediência civil, analistas dando seus pareceres e nada, nem uma palavra sai da minha cabeça, e o cursor continua pulsando.
O clamor, também vem da Amazônia, conflitos sobre terras, sobre direitos indígenas, bem ali na fronteira ameaçando se espalhar para o Brasil. Serão os motivos alegados as causas verdadeiras? Seria luta contra o imperialismo? Ou seria a luta política de sempre se usando desses povos, ou seja, o velho jogo com o disfarce de ser luta de classes, travestido de luta por direitos indígenas? Não consigo pesquisar, não consigo concatenar elementos e enquanto isso o cursor pisca, impiedosamente.
Tantos são os pontos teóricos que causam inquietação, que clamam por debate, quantos livros e artigos lidos, precisando de uma síntese catártica e ainda assim a página resta em branco, e o cursor intermitente não dá descanso.
Os temas de comércio continuam com suas complicações diárias afetadas pela variação do lado financeiro da economia, as duvidas ainda assombram, e os dados continuar a surgir, governos a decidir e lideres a se reunir, mas nada sai, nem um texto inteligente, nem uma comparação, nada, apenas o cursor com seu aparecer, desaparecer, tal qual as idéias da minha cabeça.
A reunião de cúpula do MERCOSUL muda de dia eleições a ocorrer nos sócios, desavenças aparecendo, o Paraguai mais uma vez requisitando mudanças no Tratado de Itaipu. Novas acusações pairam sobre o enfraquecido ex-bispo, quem traí um juramento de fé, o que mais não é capaz de trair? Contudo, nenhum esboço, nada nenhuma reflexão que seja, só esse temível cursor.
Medidas protecionistas surgem na China. Ruim pros exportadores. Ou estariam esses naturalmente migrando para lá produzir e acabam por se beneficiar? Novamente, nada de conseguir pesquisar, procurar dados, corroborar minhas teses, com dados buscar a estatística (essa mistura de ciência com magia negra), mas a única coisa exata e correlata é a velocidade da intermitência do cursor.
E Cuba que era pauta numero um das reivindicações da esquerda latina no âmbito regional, recebeu um sinal verde, mas pisou no freio, temendo quem diria a Corte Interamericana de Direitos Humanos, por sinal, onde andam seus defensores que não choram o sangue no Irã? Os verdadeiros defensores continuam onde sempre estiveram os que usam apenas como discursos ideológicos se calam aparentemente o sangue que não é derramado pelo império, não vale choro, não vale artigos emocionados em jornais. E sobre mais um infame capitulo da história do mundo, onde jovens são (como sempre) chamados a sagrar, não consigo escrever. E não é o pesar, não. É a página em branco, uma provocação, uma derrota, quase uma humilhação. (como a da Espanha na Copa das Confederações).
E vão transformando a falecida moça em símbolo, em mártir da causa (e que causa seria?), e vão esquecendo que era uma pessoa, que sua mãe ainda deve olhar pra seu quarto, pedindo sua filha de volta. A vão transformando em um nome clamado, e com isso vão lhe tirando a humanidade, constroem discursos sobre seu corpo. Jovens tentam honrá-la mundo a fora, sugiro pranteá-la, mas não consigo transmitir esse desejo, pois aqui só há o cursor. E ele não lamenta, nem nada, apenas pisca a espera de meus dedos, a espera das palavras.
Há a tristeza pela prematura partida de uma parenta distante, mais ainda assim não menos querida (a força do sangue) que dia 22 em São Paulo foi vencida pelo câncer, doença terrível, que tantos levou e levará. Deus te acolha em sua morada querida Rosane, filha querida do primo de minha mãe Frederico. Orações não faltam, laços de família dividem a dor, mas só mesmo o tempo pra trazer um pouco de paz a essa família, quem entre vós for de rezar, orar, mentalizar, seja lá sua maneira espiritual de cultuar, não esqueço de incluí-la em suas preces. Nem esse momento de introspecção, o cursor releva, como o mundo ele continua, como se nada ocorrera.
Não é, contudo essa tristeza pessoal responsável por essa temível página em branco, debochada, com o cursor abusado, intermitente, inclemente. A espera de comandos que formem palavras, e tudo que consegue de mim é permanecer estático. Meus lamentos contra a página e cursor, renderam um texto, mas o efeito é nulo, continuo a ver a página em branco, como um anoréxico que continua a se ver gordo, mesmo esquálido. E o cursor fininho, piscando é meu gigante, meu moinho de vento, para qual perdi. Peço perdão ao leitor que agüentou até aqui, esse texto sem sentido, essa crônica sem talento, fruto do branco, do branco da página e do tremor do cursor.
Tanto sobre o que escrever!
Sangue e clamor nas ruas do mundo, o Irã lidando com a desobediência civil, analistas dando seus pareceres e nada, nem uma palavra sai da minha cabeça, e o cursor continua pulsando.
O clamor, também vem da Amazônia, conflitos sobre terras, sobre direitos indígenas, bem ali na fronteira ameaçando se espalhar para o Brasil. Serão os motivos alegados as causas verdadeiras? Seria luta contra o imperialismo? Ou seria a luta política de sempre se usando desses povos, ou seja, o velho jogo com o disfarce de ser luta de classes, travestido de luta por direitos indígenas? Não consigo pesquisar, não consigo concatenar elementos e enquanto isso o cursor pisca, impiedosamente.
Tantos são os pontos teóricos que causam inquietação, que clamam por debate, quantos livros e artigos lidos, precisando de uma síntese catártica e ainda assim a página resta em branco, e o cursor intermitente não dá descanso.
Os temas de comércio continuam com suas complicações diárias afetadas pela variação do lado financeiro da economia, as duvidas ainda assombram, e os dados continuar a surgir, governos a decidir e lideres a se reunir, mas nada sai, nem um texto inteligente, nem uma comparação, nada, apenas o cursor com seu aparecer, desaparecer, tal qual as idéias da minha cabeça.
A reunião de cúpula do MERCOSUL muda de dia eleições a ocorrer nos sócios, desavenças aparecendo, o Paraguai mais uma vez requisitando mudanças no Tratado de Itaipu. Novas acusações pairam sobre o enfraquecido ex-bispo, quem traí um juramento de fé, o que mais não é capaz de trair? Contudo, nenhum esboço, nada nenhuma reflexão que seja, só esse temível cursor.
Medidas protecionistas surgem na China. Ruim pros exportadores. Ou estariam esses naturalmente migrando para lá produzir e acabam por se beneficiar? Novamente, nada de conseguir pesquisar, procurar dados, corroborar minhas teses, com dados buscar a estatística (essa mistura de ciência com magia negra), mas a única coisa exata e correlata é a velocidade da intermitência do cursor.
E Cuba que era pauta numero um das reivindicações da esquerda latina no âmbito regional, recebeu um sinal verde, mas pisou no freio, temendo quem diria a Corte Interamericana de Direitos Humanos, por sinal, onde andam seus defensores que não choram o sangue no Irã? Os verdadeiros defensores continuam onde sempre estiveram os que usam apenas como discursos ideológicos se calam aparentemente o sangue que não é derramado pelo império, não vale choro, não vale artigos emocionados em jornais. E sobre mais um infame capitulo da história do mundo, onde jovens são (como sempre) chamados a sagrar, não consigo escrever. E não é o pesar, não. É a página em branco, uma provocação, uma derrota, quase uma humilhação. (como a da Espanha na Copa das Confederações).
E vão transformando a falecida moça em símbolo, em mártir da causa (e que causa seria?), e vão esquecendo que era uma pessoa, que sua mãe ainda deve olhar pra seu quarto, pedindo sua filha de volta. A vão transformando em um nome clamado, e com isso vão lhe tirando a humanidade, constroem discursos sobre seu corpo. Jovens tentam honrá-la mundo a fora, sugiro pranteá-la, mas não consigo transmitir esse desejo, pois aqui só há o cursor. E ele não lamenta, nem nada, apenas pisca a espera de meus dedos, a espera das palavras.
Há a tristeza pela prematura partida de uma parenta distante, mais ainda assim não menos querida (a força do sangue) que dia 22 em São Paulo foi vencida pelo câncer, doença terrível, que tantos levou e levará. Deus te acolha em sua morada querida Rosane, filha querida do primo de minha mãe Frederico. Orações não faltam, laços de família dividem a dor, mas só mesmo o tempo pra trazer um pouco de paz a essa família, quem entre vós for de rezar, orar, mentalizar, seja lá sua maneira espiritual de cultuar, não esqueço de incluí-la em suas preces. Nem esse momento de introspecção, o cursor releva, como o mundo ele continua, como se nada ocorrera.
Não é, contudo essa tristeza pessoal responsável por essa temível página em branco, debochada, com o cursor abusado, intermitente, inclemente. A espera de comandos que formem palavras, e tudo que consegue de mim é permanecer estático. Meus lamentos contra a página e cursor, renderam um texto, mas o efeito é nulo, continuo a ver a página em branco, como um anoréxico que continua a se ver gordo, mesmo esquálido. E o cursor fininho, piscando é meu gigante, meu moinho de vento, para qual perdi. Peço perdão ao leitor que agüentou até aqui, esse texto sem sentido, essa crônica sem talento, fruto do branco, do branco da página e do tremor do cursor.
Comentários
Parabéns pela clareza mental , tão ausente do debate nacional.
Josycler