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Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós

Semana passada abordei de meio alegórico a questão do fim da lei de imprensa, e a conseqüente não exigência do diploma de jornalista e conseqüências que podem vir a existir na cobertura, e análise internacional na mídia. Não só por causa da alegoria chamei esse texto de uma nova esperança, é sim uma esperança na melhoria mesmo por que por hora, não que me interesse um cargo desses na mídia, muito embora escreva um blog, logo de certa maneira exerço isso. (um paradoxo, não paradoxal, outro paradoxo)

Mas, algo que muita curiosidade me trás é a reação dos jornalistas e suas associações e sindicatos em massa, se manifestando contra a essa medida, o argumento principal é que faltariam aos não formados técnicas de apuração de informações e patamares éticos. Antes de considerar esses argumentos devemos, também, incluir o geral e esperado esperneio dos estudantes de jornalismo, claro, de repente viram sua reserva de mercado extinta. Esse grupo naturalmente protestaria, ainda mais por que conhecendo as organizações estudantis da Comunicação Social, todas alinhadas ao que podemos chamar tranquilamente de esquerda de aspiração marxistas que domina esse tipo de instituição, o que não necessariamente reflete a visão dos estudantes como um todo, acho que nem com as linhas majoritárias.

Curiosidade por que essas organizações sempre pautaram seus discursos pela defesa ferrenha da liberdade de expressão, só não diziam que essa liberdade precisava de números de registro e carteirinhas de sindicato, para ser exercida. Outra curiosidade é que nunca imaginei um sindicato de jornalistas (ainda por cima) a defender legislações do período militar.

Quanto a seus argumentos se verdadeiros, ora o mercado naturalmente selecionará os mais habilidosos e creio que na produção “bruta” de notícias não veremos nenhuma outra carreira capaz de “tomar-lhes empregos”, já na parte analítica, ai vejo enorme potencial, para uma maior variedade de formações, o que fortaleceria a cultura nas redações ao trazer formações e experiências de vida mais diversas, isso por questão de lógica mata o argumento que seria culturalmente uma perda, o enfraquecimento dos cursos de jornalismo, mesmo por que terão que reagir melhorando a formação de seus alunos, o que é excelente para a nação.

Ética, digo a vocês senhores jornalistas não é monopólio profissional de vossas senhorias, por sinal, quantos são os ataques que vemos vis e covardes feitos por jornalistas, alguns até renomados. Ora, e quem for trabalhar como jornalista terá que seguir o código de ética da profissão. Afinal sejamos realistas TODAS as profissões valorizam a ética.

Por que bato nessa tecla? Ora não quero que qualquer dia desses uma multa me chegue por exercício ilegal da profissão, por manter um blog, pode parecer besteira, mas estamos no Brasil, não é mesmo.

Entendam não é uma questão só de emprego, por que constato tristemente, que também entre as fileiras do jornalismo há os que cursam somente pra dizer que tem uma profissão, sem nenhum talento, vocação ou mesmo fervor pela carreira escolhida, isso é deprimente. A questão aqui é a liberdade de expressão, e a liberdade de se expressar na mídia, na imprensa, em todas as suas vertentes, creio ser um anacronismo tentar defender uma reserva de mercado nesses dias em que a internet, tem mudado a cara do jornalismo, ao ponto de muitos não saberem o que será do modelo atual de negócios. A meu ver, essa energia seria melhor empregada na busca de um novo modelo de negócios, que permita que as noticias continuem a chegar as pessoas, com qualidade, isenção, e se possível com análises melhores, que podem vir de pessoas com formações mais diversas.

Amigos jornalistas, sindicalistas de jornalistas, associações, estudantes e organizações estudantis, façam uma pergunta ao intimo de vossos corações. Democracia, liberdade de expressão e pluralidade são pra vocês, palavras ao vento ou valores intrínsecos a formação ao exercício do jornalismo (ou futuro) e ao vosso caráter?

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