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CORPUS CHRISTI: Muito mais que um feriado

Queridos,

Não estou aqui para converter ninguém, mas me proponho a explicar algumas coisas da minha religiosidade, e hoje é a festa e o feriado de Corpus Christi, estava a preparar um material de minha autoria que é sempre meu objetivo, nesse blog, contudo, ao pesquisar encontrei textos que cumpriam meu objetivo no Portal Veritatis Splendor (aqui). Selecionei dois textos, com sua citação completa e seus autores, nada mais vil que se apropriar do pensamento alheio, e tomará Deus que eu nunca caia nessa tentação.

Os temas das Relações Internacionais voltarão, mas como está na descrição desse blog religião se inclui no rol das temáticas propostas, caso você, siga outra fé e se ofenda com material que não seja dessa sua fé, ou falta de fé, recomendo que não leia, e faço uso da Tolerância Religiosa. Aqui exerço meu direito humano a cultuar em publico. Espero que não seja fonte de consternação ou escândalo, entre meus leitores.

Sem mais delongas os textos, que reitero foram retirado do Portal Veritatis Splendor.


A FESTA DE CORPUS CHRISTI


Por Leandro Martins de Jesus [JESUS, Leandro Martins de. Apostolado Veritatis Splendor: A FESTA DE CORPUS CHRISTI. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5747. Desde 10/06/2009. (aqui)]

"A presença do verdadeiro Corpo de Cristo e do verdadeiro Sangue de Cristo neste sacramento [Eucaristia] 'não se pode descobrir pelos sentidos, diz Santo Tomás, mas só com fé, baseada na autoridade de Deus'. Por isso, comentando o texto de São Lucas 22,19 ("Isto é o meu Corpo que será entregue por vós"), São Cirilo declara: 'Não perguntes se é ou não verdade; aceita com fé as palavras do Senhor, porque ele, que é a verdade, não mente" (CIC §1381)

A Igreja celebra na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, a festa em honra ao “Corpo do Senhor”, conhecida pelo nome de “Corpus Christi” (Corpo de Cristo).

Essa grandiosa celebração tem sua origem em meados do século XIII, após o acontecimento do Milagre Eucarístico de “Orvieto – Bolsena” na Itália, em 1263.

Segundo a História da Igreja, a Beata Juliana de Cornillon (1258), em uma revelação particular teria recebido de Jesus o pedido para que fosse introduzida no Calendário Litúrgico da Igreja, a Festa de “Corpus Domini”.

Em uma Celebração Eucarística presidida pelo padre Pedro de Praga, na cripta de S. Cristina, na cidade italiana de Bolsena, ocorreu o Milagre Eucarístico: da hóstia consagrada caem gotas de sangue que mancham o corporal (toalhinha branca quadrada de linho e engomada. Chama-se corporal porque sobre ela se coloca o Corpo do Senhor que está na âmbula e no cálice).

O Papa Urbano IV (1262-1264) que morava na cidade italiana de Orvieto, determina que as relíquias do Milagre Eucarístico fossem transladadas da cidade de Bolsena a Orvieto, o que é feito em procissão.

Em 11 de agosto de 1264, o Papa Urbano IV emitiu a Bula Transiturus de Mundo, onde instituiu a Festa de Corpus Christi, a ser celebrada no Calendário Litúrgico da Igreja, na quinta-feira após a oitava de Pentecostes. São Tomás de Aquino foi o encarregado de compor o Ofício Festivo próprio da Celebração.

Em síntese, é esta a origem da Festa de Corpus Christi, que celebramos em Procissão pelas ruas de nossa cidade, ornada com belos tapetes, em honra ao Santíssimo Corpo de Cristo, que passa a nos abençoar.


A FESTA DE CORPUS CHRISTI, A FESTA DO AMOR

Por Silvio L. Medeiros [MEDEIROS, Silvio L. Apostolado Veritatis Splendor: A FESTA DE CORPUS CHRISTI, A FESTA DO AMOR . Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5199. Desde 21/05/2008. (aqui)]

A festa de Corpus Christi é comemorada toda quinta-feira depois do Domingo da Santíssima Trindade, após a festa de Pentecostes, e é realizada há mais de 8 séculos pelos cristãos do mundo. A história nos conta que no ano de 1258, Jesus apareceu à Beata Juliana de Cornillon pedindo a ela a introdução da Festa de Corpus Domini (Corpo de Cristo) no calendário litúrgico da Igreja. Foi preciso que um milagre Eucarístico acontecesse na cidade de Bolsena na Itália para que a Igreja entendesse a validade das mensagens de Juliana e reconhecesse a seriedade do pedido de Jesus. Nesta ocasião cairam gotas de sangue sobre o altar através de uma hóstia consagrada* que tirou qualquer dúvida sobre a veracidade dos fatos. Após este episódio o Papa Urbano IV em 1264 emitiu um transcrito, onde prescreveu a celebração da festa de Corpus Christi no calendário litúrgico da Igreja. Vamos aprender agora um pouco mais sobre esse sacramento instituído por Jesus para o nosso amor.

A Eucaristia: Um sacramento de Amor

No Novo Testamento, há quatros passagens que relatam a instituição da Eucaristia. São os de São Mateus (26, 26-28), São Marcos, (14, 22-24), São Lucas (22, 19-20) e São Paulo (1 Cor 11, 23-29). Quando o padre lê as palavras iniciais da Eucaristia, faz isso em nome de Jesus, como se o próprio Jesus estivesse presente. Ernesto N. ROMAN, em sua obra A Eucaristia para o povo, livro que aponta de maneira aprofundada as relações deste sacramento com a Igreja, faz a seguinte citação: Teóflio de Alexandria, no ano 400, dizia: “Na missa Cristo nos prepara hoje a mesa, nos serve” (2001, p. 15). A partir deste momento, o pão e o vinho ofertados no altar, se transformam realmente em corpo e sangue de Jesus, e a isto se dá o nome de transubstanciação. Quer dizer que a aparência do pão e do vinho continuam, mas saem sua substância, entrando a realidade divina de Cristo. Neste mistério de fé para o católico, Ernesto N. ROMAN discorre em sua obra já citada:

“Sabemos que cada coisa existe com sua substância. A substância não se vê. Mas é aquilo que faz com que uma coisa seja aquilo que é. Assim, a substância do ferro é aquilo que faz com que o ferro seja ferro, e não madeira. As aparências do pão e do vinho, aquilo que é percebido com os sentidos, como cor, cheiro, sabor permanecem, somente que sustentados pelo corpo e sangue de Cristo após as transubstanciações. Portanto Cristo se encontra alí na figura de pão e de vinho. Também as espécies do pão e do vinho estão aí não mais para garantir a presença do pão e do vinho, mas sim a presença do Corpo e do Sangue de Cristo” (ROMAM, 2001, p. 14).

Chama-se a Eucaristia também de renovação do sacrifício da cruz, pois era comum entre os judeus o sacrifício de animais e cordeiros como forma de expiação de pecados. Na Eucaristia, Cristo se oferece como o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo (Jo 1, 29), palavras essas recitadas pelo padre após a consagração das divinas formas reafirmando que Jesus veio ao mundo para levar à perfeição aquele primeiro sacrifício de cordeiros do povo judeu, como afirma a passagem do livro de Hebreus, no versículo 8 do capítulo 10, “Não queres e não te agradas sacrifícios e ofertas, holocaustos pelo pecado”. Contudo aquele sacrifício na cruz fora cruento, devido ao derramamento de sangue, este agora é chamado pela Igreja como um sacrifício incruento, pois não há derramamento de sangue, mas não deixando de ser a mesma entrega. Maiores instruções sobre este assunto a própria Igreja o faz:

“Na Eucaristia, Cristo se dá este mesmo corpo que entregou por nós na cruz, o próprio sangue que derramou por muitos para remissão dos pecados (Mt 26,28). É portanto, um sacrifício porque re-presenta (torna presente) o Sacrifício da Cruz, porque dele é memorial e porque aplica seus frutos: Na última ceia, quis deixar à sua Igreja, sua esposa muito amada, um sacrifício visível em que seria re-presentado (feito presente) o sacrifício cruento que ia realizar-se um vez por todas uma única vez na cruz, sacrifício esse cuja memória haveria de se perpetuar até o fim dos séculos (1 Cor 11,23) e cuja virtude salutar haveria de aplicar-se à redenção dos pecados que cometemos cada dia” (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. 1995, p. 326,327).

Por isso estar diante do Santíssimo Sacramento é estar diante do Corpo, Alma e divindade de Jesus Cristo, o mesmo de 2.000 anos atrás, e que deseja atualizar sempre o seu sacrifício da Cruz, para que os cristãos de todas as épocas e tempos tenham a honra e a grandiosidade de receber o mesmo Cristo Jesus que se deu a nós, um dia em Nazaré, e agora bem perto de nós.

Corpo de Cristo: uma lição de amor

Outro termo da Eucaristia, do Corpo de Cristo, é Comunhão, na qual se ressalva outro aspecto importante desse sacramento, que é a união da comunidade reunida para uma refeição espiritual comum. Além de expressar a união de cada um de nós com o próprio Deus, que no momento da comunhão entra fisicamente e espiritualmente naquele que comunga, leva-nos ainda à uma plena intimidade mística. Renovando a entrega de Jesus a toda humanidade por meio da cruz, aspecto este muito significativo, essa comum-união descrita no livro de GÁLATAS (Cap.2, vers.20), é sem dúvida a maior expressão do catolicismo. Nesta festa do Corpo de Cristo a hóstia é elevada e levada solenemente em procissão pelas ruas. Essa expressão de amor tem durante todos os séculos da Igreja alimentado todas as gerações de fiéis católicos que acreditam na missa, como uma entrega renovada em cada celebração, do amor eterno de Deus ao seu povo.

Outro nome da Eucaristia dada pela Igreja é de Pio Pelicano, referência a figura do pelicano, uma ave que quando falta alimento para os filhotes, abre o peito com o bico para alimentá-los com o próprio sangue, morrendo se necessário. Esta expressão de renúncia pelo próximo é sublimada por Jesus e sacramentada na máxima: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida pelos amigos” (Jo 15,13). Cada missa é, portanto uma renúncia de Cristo por cada um de nós e uma grande lição de amor.

Todos nós sabemos que amar é dar a vida pelo próximo. É Jesus quem diz: “eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem eu dou a vida pelas ovelhas” (Jo 10, 14-15); em 1989, na Armênia, aconteceu um devastador terremoto na ex-União Soviética, que nessa ocasião teve a solidariedade do mundo inteiro e aonde se fizeram presentes também Madre Tereza de Calcutá e suas irmãs. Aconteceu que debaixo dos escombros de uma casa fora encontrada após 18 dias uma mãe com seu filho pequeno. Para espanto de todos estavam vivos, porque na última semana, a mãe da criança em cada dia cortara um dedo de suas mãos para que o filho sugasse seu sangue e permanecesse vivo. Quando madre Tereza aproximou-se para beijá-la, ela tocou seu crucifixo, e com um fio de voz disse: “Foi Ele que me ensinou”.

De fato Cristo deu o seu sangue para que tivéssemos a vida: “Quem comer da minha carne e beber do meu sangue terá a vida eterna” ( Jo 6, 54).

A missa atualiza o sacrifício da cruz, atualiza a nossa redenção e conseqüentemente a vida espiritual em nós. Isto quer dizer que em cada missa Cristo se oferece ao Pai por nós. Em cada missa Cristo renova o seu único sacrifício que Ele mesmo pediu aos apóstolos para que o fizessem em sua memória. Memória esta que não significa apenas uma simples lembrança. Na verdade o que traduzimos por memória vem do grego anamnese, e, no entanto o termo utilizado pelos evangelistas é uma palavra grega que não é uma simples memória (mnemone), mas é o mesmo que tornar presente. Por isso a Santa missa é muito mais que uma reunião de oração, é o único e suficiente sacrifício de Jesus Cristo, oferecido a Deus Pai, na cruz, tornando-se presente no altar. Todas as vezes que deixamos de cumprir com a nossa mínima obrigação semanal de participar da missa fazemos como todos os apóstolos que deixaram a Jesus no seu momento mais importante.

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* Este milagre se encontra ainda hoje intacto, e pode ser visto aos olhos humanos na catedral do Lírios na Itália.

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