O e-mail dessa vez vem de um jovem leitor, que como de praxe terá sua identidade preservada, [...] de 16 anos, muito bem articulado em seu e-mail (sinal que gosta de ler) e bastante convicto de sua decisão de cursar relações internacionais, com a manifesta aspiração de ser aprovado no famoso e temido CACD – Concurso da Admissão a Carreira Diplomática, e se mostra muito ciente das dificuldades e desde já se prepara na questão das línguas e pelo que diz parece ser alguém disposto aos sacrifícios e a leitura e por isso, parabéns por ter um sonho, mas não só sonhar, por assim dizer, mas ter a plena ciência das dificuldades e se prepara, tecla que tanto repito aqui, apesar de não ter feito assim, admito uma loucura.
Ele faz duas perguntas distintas, a primeira diz respeito às Universidades e Centro Universitários do Distrito Federal, pergunta pela qualidade e se seus enfoques atrapalhariam a suas aspirações de se tornar diplomata. E depois pergunta sobre empregos.
As Instituições de Ensino Superior – IES, que você fala em seu e-mail. Universidade Católica de Brasília – UCB, (minha alma mater), UniCeub e UniDF (onde sempre fui muito bem recebido para ministrar palestras e mini-cursos). Todas essas instituições têm um bom programa acadêmico e excelentes professores e profissionais, a UCB me formou logo parte dos elogios agradáveis que você me faz são em parte derivadas dessa instituição e o impacto que seus professores tiveram em mim, que vira e mexe cito nominalmente. O Centros-Universitários UniCeub e UniDF, são também, muito boas escolas, tenho grandes amigos muito capazes como docentes e líderes nessas organizações, são pessoas conectadas a realidade das relações internacionais, quase todos com experiência profissional na área, portanto, oferecem uma vivencia muito boa, além de professores que também são diplomatas. Não vou comentar a UnB, por que é merecidamente reconhecida por ter um curso muito forte (pra quem sabe aproveitar, mas isso vale pra qualquer universidade).
Quantos aos enfoques, não creio que causariam prejuízo a sua aspiração, mesmo por que todo o básico, o núcleo duro do que é cobrado no CACD (História, Política Internacional, Geografia, Direito Internacional Público e Privado, Economia Internacional, Organizações Internacionais, fora português e as línguas estrangeiras, esses dois últimos são responsabilidade sua, sem sombra de dúvida), estará presente no currículo dessas instituições, além de que será seu esforço pessoal intenso que o levará lá, os enfoques ‘mercadológicos’, por assim dizer não são excludentes ao esforço pela diplomacia, mesmo por que o Instituto Rio Branco existe pra ser a escola de diplomacia (o curso é um mestrado em diplomacia), portanto um enfoque nisso na graduação é a meu ver desnecessário. Mas, posso estar errado. Quase todos os cursos de Brasília, são muito marcados pelas linhas de pesquisa da UnB, já que essa acaba por formar a maioria da mão de obra, nesses cursos. Tranquilamente lhe digo que não obstante ao foco e a mais cadeiras de uma linha ou outra dentro dos sub-temas das RRII, você receberá instrução suficiente para encarar o concurso.
É óbvio, e creio pela sua lucidez, você sabe que passar nesse concurso exige muito, muito do postulante, em termos de preparação, e exige muito tempo, por que é um concurso que diferente da maioria no qual quase todos os candidatos estão de verdade na luta pela vaga.
O que me trás a segunda parte da sua pergunta, sobre como se manter enquanto não passa, acho que vou te desanimar, mas quase todos que passaram nesse concurso que conheço se dedicaram exclusivamente a estudar durante esse período. É realmente puxado, caso você tenha mesmo que trabalhar nesse período recomendo, por exemplo, dar aulas de inglês, que a depender do volume de aulas lhe permite tempo livre suficiente para estudar, ou conseguir vagas em embaixadas, algumas vagas de terceirizado, mas essas duas, podem não lhe deixar tempo para se preparar a contento. Esses exemplos são por causa da questão do tempo, quase toda outra atividade não lhe deixaria espaço para se preparar condignamente, com o grau de exigência da prova.
Reitero é realmente uma empreitada que exige muito, em termos de leitura e ter também, calma, saber fazer a prova, os enfoques diversos podem até ajudar, por que há no cerne da seleção do MRE a busca pela miríade de formações mais ampla possível, assim podendo cobrir todos os temas da agenda externa do país.
Se você permitir um conselho não solicitado, não se feche a outras oportunidades e rumos em sua futura carreira é muito bom que você tenha um alvo, mas deixe um espaço para o acaso e para a vida (destino, Deus, como queira). E continue a ser um leitor assíduo desse blog, por favor.
[...] Seu e-mail e suas palavras de incentivo a esse blog, não poderiam ter chegado em dia melhor que esse sábado, que é a data de aniversário de meu saudoso pai, e isso é óbvio me deixou meio sorumbático hoje. Vocês não sabem a satisfação que tenho em saber que tenho leitores.
Ele faz duas perguntas distintas, a primeira diz respeito às Universidades e Centro Universitários do Distrito Federal, pergunta pela qualidade e se seus enfoques atrapalhariam a suas aspirações de se tornar diplomata. E depois pergunta sobre empregos.
As Instituições de Ensino Superior – IES, que você fala em seu e-mail. Universidade Católica de Brasília – UCB, (minha alma mater), UniCeub e UniDF (onde sempre fui muito bem recebido para ministrar palestras e mini-cursos). Todas essas instituições têm um bom programa acadêmico e excelentes professores e profissionais, a UCB me formou logo parte dos elogios agradáveis que você me faz são em parte derivadas dessa instituição e o impacto que seus professores tiveram em mim, que vira e mexe cito nominalmente. O Centros-Universitários UniCeub e UniDF, são também, muito boas escolas, tenho grandes amigos muito capazes como docentes e líderes nessas organizações, são pessoas conectadas a realidade das relações internacionais, quase todos com experiência profissional na área, portanto, oferecem uma vivencia muito boa, além de professores que também são diplomatas. Não vou comentar a UnB, por que é merecidamente reconhecida por ter um curso muito forte (pra quem sabe aproveitar, mas isso vale pra qualquer universidade).
Quantos aos enfoques, não creio que causariam prejuízo a sua aspiração, mesmo por que todo o básico, o núcleo duro do que é cobrado no CACD (História, Política Internacional, Geografia, Direito Internacional Público e Privado, Economia Internacional, Organizações Internacionais, fora português e as línguas estrangeiras, esses dois últimos são responsabilidade sua, sem sombra de dúvida), estará presente no currículo dessas instituições, além de que será seu esforço pessoal intenso que o levará lá, os enfoques ‘mercadológicos’, por assim dizer não são excludentes ao esforço pela diplomacia, mesmo por que o Instituto Rio Branco existe pra ser a escola de diplomacia (o curso é um mestrado em diplomacia), portanto um enfoque nisso na graduação é a meu ver desnecessário. Mas, posso estar errado. Quase todos os cursos de Brasília, são muito marcados pelas linhas de pesquisa da UnB, já que essa acaba por formar a maioria da mão de obra, nesses cursos. Tranquilamente lhe digo que não obstante ao foco e a mais cadeiras de uma linha ou outra dentro dos sub-temas das RRII, você receberá instrução suficiente para encarar o concurso.
É óbvio, e creio pela sua lucidez, você sabe que passar nesse concurso exige muito, muito do postulante, em termos de preparação, e exige muito tempo, por que é um concurso que diferente da maioria no qual quase todos os candidatos estão de verdade na luta pela vaga.
O que me trás a segunda parte da sua pergunta, sobre como se manter enquanto não passa, acho que vou te desanimar, mas quase todos que passaram nesse concurso que conheço se dedicaram exclusivamente a estudar durante esse período. É realmente puxado, caso você tenha mesmo que trabalhar nesse período recomendo, por exemplo, dar aulas de inglês, que a depender do volume de aulas lhe permite tempo livre suficiente para estudar, ou conseguir vagas em embaixadas, algumas vagas de terceirizado, mas essas duas, podem não lhe deixar tempo para se preparar a contento. Esses exemplos são por causa da questão do tempo, quase toda outra atividade não lhe deixaria espaço para se preparar condignamente, com o grau de exigência da prova.
Reitero é realmente uma empreitada que exige muito, em termos de leitura e ter também, calma, saber fazer a prova, os enfoques diversos podem até ajudar, por que há no cerne da seleção do MRE a busca pela miríade de formações mais ampla possível, assim podendo cobrir todos os temas da agenda externa do país.
Se você permitir um conselho não solicitado, não se feche a outras oportunidades e rumos em sua futura carreira é muito bom que você tenha um alvo, mas deixe um espaço para o acaso e para a vida (destino, Deus, como queira). E continue a ser um leitor assíduo desse blog, por favor.
[...] Seu e-mail e suas palavras de incentivo a esse blog, não poderiam ter chegado em dia melhor que esse sábado, que é a data de aniversário de meu saudoso pai, e isso é óbvio me deixou meio sorumbático hoje. Vocês não sabem a satisfação que tenho em saber que tenho leitores.
Comentários
Arrisco até um palpite: um dia, abrirei um jornal impresso de circulação nacional (Correio Braziliense, Folha de São Paulo, Gazeta Mercantil, O Globo, qualquer um desses) e verei uma coluna desenvolvida por Mário Machado. E sentirei muito orgulho, pois tratar-se-á de um conterrâneo e partilhante de mesma graduação. Acredite, é apenas questão de tempo até um "olheiro", digamos assim, desses jornais o descubram.
Novamente agradeço e espero que um dia eu possa ter o imenso prazer de conhecê-lo.
See ya!
post scriptum - Também começarei a postar no Mondo Post, me cadastrei ontem.