Tem horas que a cobertura "internacional" dos telejornais brasileiros beira o patético, hoje foi um desses dias. A Globo News repete a exaustão o Obama, fazendo seu papel de homem do povo, blue collar (com Havard Law Degree, e ex-editor do Havard Law review, mas há quem compre) comprando hamburgueres, não deixo de me perguntar: E isso lá é notícia? (E pior não foi a primeira vez que ele o fez.) Será que nada mais importante aconteceu em nenhum outro lugar do mundo? E por que o segmento internacional é feito de Nova Iorque, mesmo quando não fala sobre os EUA, comentar Oriente-Médio de NY, não difere do o fazer de São Paulo ou do Rio de Janeiro, algum jornalista me explica?
O exercício da pesquisa acadêmica me ensinou que fazer ciência é conversar com a literatura, e que dessa conversa pode resultar tanto o avanço incremental no entendimento de um aspecto negligenciado pela teoria quanto o abandono de uma trilha teórica quando a realidade não dá suporte empírico as conjecturas, ainda que tenham lógica interna consistente. Sobretudo, a pesquisa é ler, não há alternativas, seja para entender o conceito histórico, ou para determinar as variáveis do seu experimento, pesquisar é ler, é interagir com o que foi lido, é como eu já disse: conversar com a literatura. Hoje, proponho um diálogo, ou pelo menos um início de conversa, que para muitos pode ser inusitado. Edward Carr foi pesquisador e acadêmico no começo do século XX, seu livro Vinte Anos de Crise nos mostra uma leitura muito refinada da realidade internacional que culminou na Segunda Guerra Mundial, editado pela primeira vez, em 1939. É uma mostra que é possível sim fazer boas leituras da história e da...
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