Pular para o conteúdo principal

Termos básicos das Relações Internacionais - I

Antes que possamos avançar em qualquer aspecto teórico mais profundo das relações internacionais é preciso dominar certos conceitos, que historicamente construíram as noções em que se fundamentam as correntes teóricas. Portando antes de qualquer abordagem sobre os postulados; idealistas, realistas clássicos, behavioristas, escola inglesa (grociana), pluralismo, economia política internacional – EPI, neo-realismo, institucionalismo neoliberal, construtivismo e correntes marxistas. Isso sem falar nas teorias da história das relações internacionais, escola de Brasília. Sem contar as teorias normativas e as abordagens do Direito Internacional.

“Sistema Westphaliano” de Estados: Fruto da Conferência de Westphalia, em 1648, ao final da Guerra dos Trinta Anos. Rompe o modelo individual de sujeição dos cidadãos ao criar a figura do Estado – Nação moderno, que passa a ser o ente legitimo para celebrar tratados e todos os tipos de interação internacional. (levando ao fim do sistema medieval de múltiplas sujeições)

Hegemonia: preponderância de uma potencia com capacidade de impor sua vontade e limitar a ação dos demais estados.

Hegemonia Coletiva: Arranjo cooperativo em que um grupo de potencias dividem o poder hegemônico evitando a preponderância de um, nesse sentido formando alianças de geometria variáveis.

Concerto Europeu: Sistema de hegemonia coletiva existente na Europa do século XIX, que surgiu como reação às pretensões de dominação continental napoleônica, para evitar a preponderância de outra potência, oriunda do congresso de Viena reunia Inglaterra, Prússia, Rússia, Áustria e a França.

Balança de Poder: Ou alianças de geometria variável é um sistema no qual se pressupõe que os Estados vão alterar suas alianças a fim de contrabalançar a preponderância de outro Estado ou Grupo de Estados. Era à base do sistema do Concerto Europeu.

Zonas de influência: Região em que uma potencia detém influência sobre outros Estados.

Organizações Internacionais – OI: Organizações inter-governamentais ou supra-nacionais de direito internacional público

Cláusula da Nação Mais Favorecida: Princípio usado, em acordos multilaterais, em geral comerciais em que os benefícios concedidos a um parceiro comercial devem ser universalizados para todas as partes do Tratado.

Pacta sunt servanda: Expressão do direito internacional que significa que o acordado tem força de lei entre as partes.

Rebus sic stantibus: Baseado no principio da imprevisibilidade, permite que tratados possam ser re-negociado uma espécie de exceção ao Pacta sunt servanda.

Single undertaking: Aceitação de um tratado aceita todas as suas clausulas, não havendo possibilidade de adesão parcial ou condicional.

Multilateralismo: Sistema ou tratado que compreende diversos membros com obrigações recíprocas.

Ao longo do tempo vamos completando essa lista, e só pra lembrar os apressadinhos adeptos do Ctrl + C, C trl + V. Que essas definições estão colocadas de maneira rasa e superficial e ler esse texto não substitui os originais onde encontramos essas formulações mais aprofundadamente.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crise no Equador

Sob forte protesto das forças policiais e parte dos militares, que impedem o funcionamento do aeroporto internacional de Quito. Presidente Correa cogita usar dispositivo constitucional que prevê dissolução do Congresso e eleições gerais. Mais uma grave crise política na América do Sul. Numa dessas coincidências típicas de se analisar as coisas internacionais discutia semana passada numa excelente postagem de Luís Felipe Kitamura no laureado blog Página Internacional a situação equatoriana. A postagem tinha como título Equador: a instabilidade política e suas lições . Na qual o colega discorria sobre o péssimo histórico de conturbação política do país andino e sobre como o governo Correa parecia romper com isso usando a receita da esquerda latina de certo pragmatismo econômico e políticas distributivas. Mas, justamente a instabilidade política que parecia a caminho da extinção volta com toda força em um episódio potencialmente perigoso, que contundo ainda é cedo para tecer uma análise

Meus leitores fiéis, pacientes e por vezes benevolentes e caridosos

Detesto falar da minha vida pessoal, ainda mais na exposição quase obscena que é a internet, mas creio que vocês merecem uma explicação sobre a falta de manutenção e atualização desse site, morar no interior tem vantagens e desvantagens, e nesse período as desvantagens têm prevalecido, seja na dificuldade na prestação de serviços básicos para esse mundo atual que é uma boa infra-estrutura de internet (que por sinal é frágil em todo o país) e serviço de suporte ao cliente (que também é estupidamente oferecido pelas empresas brasileiras), dificuldades do sub-desenvolvimento diria o menos politicamente correto entre nós. São nessas horas que vemos, sentimos e vivenciamos toda a fragilidade de uma sociedade na qual a inovação e a educação não são valores difundidos. Já não bastasse dificuldades crônicas de acesso à internet, ainda fritei um ‘pen drive’ antes de poder fazer o back up e perdi muitos textos, que já havia preparado para esse blog, incluso os textos que enviaria para o portal M

Extremismo ou ainda sobre a Noruega. Uma reflexão exploratória

O lugar comum seria começar esse texto conceituando extremismo como doutrina política que preconiza ações radicais e revolucionárias como meio de mudança política, em especial com o uso da violência. Mas, a essa altura até o mais alheio leitor sabe bem o que é o extremismo em todas as suas encarnações seja na direita tresloucada e racista como os neonazistas, seja na esquerda radical dos guerrilheiros da FARC e revolucionários comunistas, seja a de caráter religioso dos grupos mulçumanos, dos cristãos, em geral milenaristas, que assassinam médicos abortistas. Em resumo, todos esses que odeiam a liberdade individual e a democracia. Todos esses radicais extremistas tem algo em comum. Todos eles estão absolutamente convencidos que suas culturas, sociedades estão sob cerco do outro, um cerco insidioso e conspiratório e que a única maneira de se resgatarem dessa conspiração contra eles é buscar a pureza (racial, religiosa, ideológica e por ai vai) e agir com firmeza contra o inimigo. Ness