As Relações Internacionais como área do saber independente com campo de estudo específico e com objeto definido (claro que o escopo desse objeto segue a dificuldade conceitual inerente às ciências sociais podendo ser mais abrangente ou menos, a partir de escolhas teóricas) tem sua importância reconhecida no inicio do século XX, notadamente no período posterior a Primeira Guerra Mundial.
Um esforço pra definir as Relações Internacionais esbarra no desafio de delimitar o objeto de estudo, delimitação essa que é até os dias atuais a fronteira do estado da arte das relações internacionais. Muito embora o consenso a cerca de definições esteja longe de ocorrer é possível com um grau satisfatório de acerto definir as Relações Internacionais como ciência usando o enunciado de Phillipe Braillard e Mohamma-Reza Djalili, que afirma que “as relações internacionais podem ser definidas como o conjunto de relações e comunicações que os grupos sociais estabelecem através das fronteiras”. Em complemento a essa definição é valido salientar que o grau de importância do individuo, do Estado, das trocas comerciais e das trocas culturais varia de acordo com as teorias empregadas na análise.
O desenvolvimento do chamado núcleo duro das teorias das relações internacionais se deu no eixo Estados Unidos da América – Reino Unido, principalmente nos anos iniciais da ciência fica evidente ao se estudar a bibliografia e o volume de publicações produzidas que esse centro continua a ser propulsor de idéias e reflexões. Havendo uma diferença abismal entre a quantidade de material produzido em Língua Inglesa quando comparado ao produzido em Língua Portuguesa.
As relações internacionais desenvolveram-se no Brasil como no resto do mundo durante muitos anos foi quase um monopólio de pesquisadores ligados à atividade diplomática, produzindo dissertações no âmbito da Escola de Formação de Diplomatas, o Instituto Rio Branco bem como em outros departamentos e centros de estudo constituídos dentro das fileiras do Ministério das Relações Exteriores. Até hoje se encontram entre os grandes analistas e teóricos nacionais de relações internacionais muitos nomes de diplomatas. Na academia a disciplina possui um desenvolvimento recente sendo inaugurado o primeiro curso de graduação na Universidade de Brasília – UnB, no ano de 1974.
A oferta de cursos de graduação em relações internacionais, no Brasil, conheceu uma ampla expansão a partir da segunda metade da década de 1990, quando o fenômeno da globalização aliado ao processo de abertura ocorrido no final da década de 1980, impôs na agenda nacional a necessidade de construir e difundir conhecimentos que pudessem traduzir e decodificar o mundo que se tornava cada vez mais complexo e interligado.
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