Pular para o conteúdo principal

Empreendedorismo em Relações Internacionais – Parte Final

Naturalmente ocorre durante o processo de confecção do plano de negócios uma busca por um nicho, por um espaço, afinal relações internacionais abarcam uma miríade de assuntos e subáreas consideráveis. Mesmo uma atividade como a de consultoria de relações internacionais varia bruscamente a depender do empreendedor pode ser voltada a pesquisa de mercado, pode ser voltada a organização de grupos da sociedade civil, pode ser especializada em relações educacionais, em vistos, em avaliações de risco político, avaliações de risco pessoal ou em aspectos específicos do dia a dia dos negócios como atividades de despacho aduaneiro e documentação.

E ainda deixei de fora diversos outros serviços como consultorias de projetos para Organizações Internacionais, serviços para embaixadas (como gestão de projetos culturais).
Isso sem contar os que por sua formação em relações internacionais percebem oportunidades de negócio em comércio exterior como importação ou exportação. Há os que olham pra quem faz isso de cima de um pedestal como se não fosse relações internacionais, ledo engano já que para administrar um negócio desses além das ferramentas da administração de empresas se usa todo o vasto conhecimento de relações internacionais, um exemplo, um empreendedor bacharel em relações internacionais em tese não se deixa ser surpreendido por mudanças de regras advindas de negociações internacionais.

Antes de empreender é preciso conhecer não só o mercado de relações internacionais, como suas próprias características, bem como as técnicas relativas a administração de um negócio. E claro é preciso realmente entender como gerar valor a partir do seu conhecimento sobre um campo do saber que ainda que seja altamente teórico e acadêmico por excelência é cada vez mais importante nas sociedades que estão cada vez mais interdependentes.

Há trabalho, há oportunidades, mas não são fáceis de vislumbrar tampouco de alcançar por isso que não é só excelência na área que definem a capacidade de empreender, mas a relação entre essa capacidade e as características empreendedoras, aliadas como qualquer atividade atinente ao mundo dos negócios ao planejamento sistemático e mesmo assim não há garantias de sucesso. Mas, a incerteza é paradoxalmente uma certeza da vida.

Portanto, caso a idéia do auto-emprego e do próprio negócio lhe são atraentes, estude, pesquise, trabalhe duro e planejamento, planejamento e planejamento. E não deixe de procurar os serviços de apoio ao empreendedor, as entidades de classe, associações profissionais, câmaras de comércio, nominalmente cito o SEBRAE e o CONAJE.

Decida com todos os elementos em mão, como fazemos com uma monografia ou paper. Para mim, o cientista e o empreendedor são figuras complementares e não o Dr. Jackyl e o Mr. Hide.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Colômbia – Venezuela: Uma crise previsível

A mais nova crise política da América do Sul está em curso Hugo Chávez o presidente da República Bolivariana da Venezuela determinou o rompimento das relações diplomáticas entre sua nação e a vizinha Colômbia. O fez em discurso transmitido ao vivo pela rede Tele Sur. Ao lado do treinador e ex-jogador argentino Diego Maradona, que ficou ali parado servindo de decoração enquanto Chávez dava a grave noticia uma cena com toques de realismo fantástico, sem dúvidas. Essa decisão estar a ser ensaiada há tempos, por sinal em maio de 2008 seguindo o ataque colombiano ao acampamento das FARC no Equador. Por sinal a atual crise está intimamente ligada aquela uma vez que é um desdobramento natural das acusações de ligação entre a Venezuela e os narco-gueriilheiros das FARC. Nessa quarta-feira o presidente da Colômbia (e de certa maneira o arquiinimigo do chavismo na América do Sul) Álvaro Uribe, por meio de seus representantes na reunião da OEA afirmou que as guerrilhas FARC e ELN estão ativas...

Fim da História ou vinte anos de crise? Angústias analíticas em um mundo pandêmico

O exercício da pesquisa acadêmica me ensinou que fazer ciência é conversar com a literatura, e que dessa conversa pode resultar tanto o avanço incremental no entendimento de um aspecto negligenciado pela teoria quanto o abandono de uma trilha teórica quando a realidade não dá suporte empírico as conjecturas, ainda que tenham lógica interna consistente. Sobretudo, a pesquisa é ler, não há alternativas, seja para entender o conceito histórico, ou para determinar as variáveis do seu experimento, pesquisar é ler, é interagir com o que foi lido, é como eu já disse: conversar com a literatura. Hoje, proponho um diálogo, ou pelo menos um início de conversa, que para muitos pode ser inusitado. Edward Carr foi pesquisador e acadêmico no começo do século XX, seu livro Vinte Anos de Crise nos mostra uma leitura muito refinada da realidade internacional que culminou na Segunda Guerra Mundial, editado pela primeira vez, em 1939. É uma mostra que é possível sim fazer boas leituras da história e da...

Ler, Refletir e Pensar: The Arab Risings, Israel and Hamas

Tenho nas últimas semanas reproduzido aqui artigos do STRATFOR (sempre com autorização), em sua versão original em inglês, ainda que isso possa excluir alguns leitores, infelizmente, também é fato mais que esperado que qualquer um que se dedique com mais afinco aos temas internacionais, ou coisas internacionais, seja capaz de mínimo ler em Inglês. Mais uma vez o texto é uma análise estratégica e mais uma vez o foco são as questões do Oriente Médio. Muito interessante a observação das atuações da Turquia, Arábia Saudita, Europa e EUA. Mas, mostra bem também o tanto que o interesse de quem está com as botas no chão é o que verdadeiramente motiva as ações seja de Israel, seja do Hamas. The Arab Risings, Israel and Hamas By George Friedman There was one striking thing missing from the events in the Middle East in past months : Israel. While certainly mentioned and condemned, none of the demonstrations centered on the issue of Israel. Israel was a side issue for the demonstrators, with ...